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Futuro da soja

Temores de redução da safra sul-americana causada pelo La Niña determina valorização da commodity na bolsa de Chicago.

Futuro da soja

A renovação dos temores de que o fenômeno climático La Niña reduza a safra sul-americana determinou a valorização das cotações da commodity ontem (23) na bolsa de Chicago.

Os contratos para março – que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez – fecharam a US$ 12,4625 por bushel, alta de 17,50 centavos de dólar em relação à véspera. Conforme cálculos do Valor Data, os papéis passaram a acumular variações positivas de 18,86% em 2010 e de 18,95% nos últimos 12 meses.

Após meses de atenções voltadas aos reflexos climáticos nas safras do Hemisfério Norte, sobretudo a americana, que perdeu produtividade, o mercado tende a seguir cada vez mais de perto o desenvolvimento das lavouras de Brasil, Argentina e Paraguai. Em Mato Grosso o plantio já sofreu atrasos por causa da estiagem provocada pelo La Niña, o que deverá reduzir a oferta do grão no Brasil e janeiro. Nos Estados do Sul, os danos ainda são incertos (ver ao lado). Em tempos de demanda firme, qualquer redução da oferta tem efeito positivo sobre os preços, que também oscilam, e cada vez mais, segundo as turbulências financeiras globais.

No que tange à demanda, análise publicada ontem pela respeitada publicação especializada alemã “Oil World” tranquilizou os exportadores, inclusive os brasileiros. Segundo a publicação, as importações chinesas de soja em grão deverão alcançar 54,5 milhões de toneladas no ano-agrícola que começou em outubro de 2010 e terminará em setembro de 2011. Se confirmada a previsão, o aumento em relação ao ciclo 2009/10 será de 8,3%. A China é o maior país importador de soja do planeta. Os maiores exportadores são EUA, Brasil e Argentina.

Na avaliação da “Oil World”, os temores de que uma eventual elevação das taxas de juros no país asiático afete sua gigantesca demanda são exagerados. “A demanda chinesa por óleos vegetais, bem como por lácteos e produtos da pecuária e da aquicultura, continuará subindo consideravelmente na temporada 2010/11”, afirma.

No curtíssimo prazo, contudo, a “Oil World” prevê alguma desaceleração, já que as importações recordes dos últimos três meses resultaram em um acúmulo significativo de estoques nos portos chineses. A publicação lembra que a China respondeu por 57% das importações globais de soja em 2009/10.