O ministro da Agricultura, Neri Geller, disse na tarde desta terça-feira (5/8) que dos R$ 500 milhões anunciados por ele na semana passada para apoiar a comercialização da safra de milho, R$ 450 milhões devem ser empregados em leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro). Por meio do mecanismo, o governo garante ao produtor o preço mínimo mesmo que no mercado o milho esteja sendo negociado abaixo desse valor. “Esse recurso é para fazer a sustentação do milho, que em algumas regiões está abaixo do preço mínimo. É uma ação que deve beneficiar principalmente algumas regiões do Estado de Mato Grosso e também de Goiás”, disse.
Segundo o ministro, municípios como Sinop e Sorriso têm preço de R$ 9,50 a saca de 60 quilos, distantes do mínimo R$ 13,54 a saca determinado pelo governo. “A portaria é de R$ 500 milhões. Agora, o valor estipulado para ser gasto no caso do Centro-Oeste é de R$ 450 milhões”, disse. A portaria liberando os recursos já foi aprovada, segundo ele, pelo Ministério do Planejamento. “Com esse canal logístico (Hidrovia Tapajós-Porto de Itaituba), o governo não vai mais fazer isso (subsidiar escoamento da produção)”, afirmou.
A Secretaria de Portos (SEP) e a Companhia Norte de Navegação e Portos (Cianport) assinaram nesta tarde o termo de adesão para empresa a construir uma Estação de Transbordo de Carga (ETC) no município de Itaituba, Distrito de Miritituba, no Pará. O porto será usado para o escoamento da produção de soja e milho de Mato Grosso, via hidrovia do Rio Tapajós. O ministro da SEP, César Portos, disse que o corredor logístico é “muito importante para a Calha Norte dos grãos”.
Segundo o ministro da Agricultura, o projeto vai ajudar a resolver problemas logísticos enfrentados pelos mato-grossenses. Geller destacou que o custo logístico rodoviário para produtores de milho no norte de Mato Grosso representa até R$ 27 por saca e que o porto e a hidrovia devem reduzi-lo. “Com essa estrutura portuária que vai dar fluxo à BR-163 vamos viabilizar a produção”, afirmou.
Investimentos
A Cianport pretende investir R$ 200 milhões na estação, que é o segundo empreendimento da empresa no Estado, para movimentar 4,4 milhões de toneladas de granéis sólidos por ano. Segundo a SEP, a região de Itaituba já recebe aporte da Hidrovias do Brasil, que instala um Terminal de Uso Privado (TUP) em Barcarena (PA), com investimentos previstos de R$ 505,2 milhões. O terminal terá capacidade para 4,4 milhões de toneladas por ano. A Rio Turia Serviços Logísticos Ltda. (TERFRON) recebeu, em março, autorização para atuar em Itaituba. A empresa deve construir uma ETC com R$ 50,5 milhões e previsão de movimentação de 3,5 milhões de toneladas de granéis.