Redação(05/03/07) – Nos últimos dez dias, os preços caíram quase 16% no estado e encostaram no custo de produção, segundo o assessor técnico da Faeg, Pedro Arantes. A saca de 60 quilos de milho em Rio Verde era vendida pelo produtor a R$ 19, valor que ontem estava em R$ 16. "Já encostou no nosso custo de produção, que é de R$ 15", pondera Arantes.
A maior preocupação, segundo ele, é que o preço já está nesse patamar, mesmo com atraso na colheita. Até agora, apenas 30% da safra de milho de Goiás foi retirada do campo, percentual que deveria estar em 50%. "Por isso, nos antecipamos, pois o preço vai cair ainda mais com o avanço da colheita", conta Arantes.
Ele explica que, ainda assim, os preços estão melhores nesse momento, que no mesmo período do ano passado. Mas, a intenção, segundo Arantes, é continuar estimulando o produtor a plantar milho para atender a demanda crescente nos mercados interno e externo. "Queremos que haja mais equilíbrio para que a conta não pese em um ano para o produtor e em outro, para a consumidor", pondera.
A proposta da Faeg, que será redefinida com a participação da Comissão Nacional de Grãos da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é de que o leilão seja feito em todas as modalidades – produtor e comprador – e para o mês de junho e ao preço de, no mínimo, R$ 17. "Não definimos quantidades, pois tudo vai depender do volume de exportações", acrescenta.
O diretor de Comercialização da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos, afirmou que vai aguardar a proposta de todo o setor, pois não o instrumento não poderá ser oferecido apenas para Goiás. Ele acredita que não será necessário fazer leilões para o Sul e Sudeste do País, apenas para o Centro-Oeste. "Não há nada que nos impeça de realizar o leilão. Mas a ação não pode ficar restrita a Goiás", explica dos Anjos. A produção total de milho de Goiás está prevista em 4,1 milhões de toneladas, das quais 3 milhões serão da safra de Verão.