Da Redação 28/07/2003 – Preocupado com uma possível redução na área de plantio de milho na safra 2003/04, o governo estuda mecanismos para estimular a exportação do grão. Uma saída, segundo o secretário-executivo do Ministério da Agricultura, José Amaury Dimarzio, seria recorrer à equalização dos preços para incentivar as vendas externas e com isso reduzir a pressão de oferta no mercado interno. Com uma produção recorde de 45,8 de milhões de milho na safra 2002/03 – 30% maior que a anterior -, o mercado de milho segue travado. O motivo é que as indústrias consumidoras aguardam novas quedas nos preços, principalmente com o avanço da colheita da safrinha. Hoje o produto está ao redor de R$ 13,50/saca na região de Cascavel.
Ele disse durante seminário sobre milho na Associação Paulista de Avicultura (APA), na sexta-feira, que o governo poderia usar instrumento semelhante ao PEP (prêmio para escoamento da produção) para estimular a exportação. A operação funcionaria assim: o governo daria, através de leilão, subvenção para o exportador que quisesse buscar milho em determinada região pouco competitiva na exportação desde que ele garantisse um preço definido na origem.
A atual situação do mercado já vem estimulando as exportações. Até 13 de julho, o país vendeu 1,419 milhão de toneladas. Desse total, 230,3 mil toneladas foram embarcadas apenas em julho, segundo o Sílvio Farnese, da Secretaria de Política Agrícola.
A expectativa é que os embarques cheguem a 400 mil toneladas neste mês. O avanço ocorreu, segundo Farnese, depois que as cooperativas tiveram a garantia de que a safrinha seria cheia, assegurando os volumes para o mercado interno. Para o Ministério, as exportações podem chegar a 3,7 milhões de toneladas este ano contra 2,7 milhões em 2002.
De qualquer forma, o governo já trabalha com perspectiva de queda entre 5% e 10% na área de milho em 2003/04, principalmente devido aos preços atrativos da soja.
O lançamento de novos leilões de contratos de opção de venda, outro mecanismo que poderia reduzir o desestímulo ao milho, ainda não está definido. Agricultura e Fazenda discutem maneiras de alocar recursos para a operação, segundo Dimarzio. No primeiro semestre, o governo comercializou o equivalente a 1,6 milhão de toneladas em opções. (AAR)