Relatórios do escritório da Emater/RS-Ascar de Venâncio Aires apontam um aumento na produção de grãos no município e também na área utilizada para o cultivo desses produtos. O milho apresenta o maior índice, tornando a Capital Nacional do Chimarrão a terceira localidade no ranking do Estado em retorno financeiro do grão, e a quarta em área plantada.
A projeção do chefe da Emater no município, Vicente Fin, é de que a atual safra vai render em torno de 75 milhões de toneladas do produto, sendo que há a possibilidade de 40 a 45% ser utilizado na segurança alimentar. “Parte do milho plantado fica na propriedade para a alimentação de aves, bovinos e suínos. Quando se transfere esse alimento, transforma-se em carne e isto é dinheiro que deixa de ser desembolsado. Ou seja, o agricultor utilizará menos dinheiro do fumo para alimentar o gado e transferirá este valor para o comércio. Venâncio Aires, comparado com os municípios que ocupam outras colocações no ranking gaúcho do milho, é exceção porque estamos em quarto lugar em área. No entanto, as outras cidades produzem o grão apenas para a venda e não o utilizam na propriedade”, explica.
Além do milho, o arroz, o aipim, a soja e a erva-mate protagonizam uma nova realidade no interior de Venâncio Aires, maior produtora de tabaco do Brasil. Fin salienta que o arroz também ganha um incremento na área plantada, chegando a 1.600 hectares do produto. “Há a possibilidade de mais 50 hectares serem utilizados para o plantio do arroz nesta safra. Com isso percebemos uma recuperação da área plantada em relação à safra de 2006, que foi o ponto alto do declínio do grão”, salienta.
O chefe do escritório da Emater explica que o arroz difere das demais culturas por causa da irrigação, que deixou a produtividade média, em 2003, em 6,6 mil quilos por hectare. “Com o incremento, em 2008 a produtividade ficou em 7,8 mil, o que prova que não recuperamos apenas a área, mas também conseguimos um incremento no plantio”, avalia. Comparado a outros municípios, Venâncio não apresenta números significativos na produção de arroz. Mas a produtividade média é alta, porque o arroz é plantado no sistema pré-germinado e tem variedades mais produtivas. “Somos diferentes dos outros municípios produtores, porque temos uma produtividade alta e utilizamos um grão de Santa Catarina, que nos possibilita maior rendimento”, afirma Fin.
Área com soja aumenta
O chefe do escritório da Emater em Venâncio Aires, Vicente Fin, afirma que a próxima safra de soja terá um aumento de 220 hectares comparado ao ano passado, quando foram utilizados 780 hectares para o cultivo da oleaginosa. A ampliação da área é considerada importante pelo chefe da Emater. Ele garante ser o preço o motivo do crescimento do cultivo. “A soja é uma das culturas que têm melhor resposta financeira e está ganhando espaço em campos, onde tradicionalmente eram utilizados bovinos de corte, o que teve uma redução ”, diz.
Satisfeito com o quadro agrícola do município, o prefeito Airton Artus acredita que ainda há muito o que avançar no setor. Afirma que o potencial do interior será responsável pelo desenvolvimento da cidade. “De certo modo estamos satisfeitos com o resultado, mas podemos avançar muito mais. Venâncio Aires tem condições de ter um Produto Interno Bruto (PIB) agrícola dos mais altos do Estado”, salienta. Também ressalta que é preciso planejamento, estratégia e condições para que o agricultor possa crescer com infraestrutura. “Estamos otimistas com o futuro e com o fortalecimento do interior e da nossa cidade. Este é um compromisso nosso”, garante o administrador.