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Grãos em baixa

As rachaduras nas contas americana e europeia e os danos que elas podem provocar em uma economia global derrubam preços dos grãos.

Grãos em baixa

As rachaduras nas contas americana e europeia e os danos que elas podem provocar em uma economia global ainda convalescente após a crise financeira de 2008 derrubaram as cotações da maior parte das commodities agrícolas na quinta-feira no mercado internacional. Afora as incertezas sobre o futuro da demanda, pesou para a queda de preços nas bolsas de Chicago e Nova York, principais referências para o comércio de matérias-primas, a valorização do dólar diante de outras moedas, já que o movimento corrói a competitividade das exportações dos EUA.

Negociados em Chicago, milho, trigo e soja, as commodities agrícolas de maior liquidez, registraram quedas entre 2% e mais de 3% em seus contratos futuros mais negociados. A maior baixa foi a do trigo, único componente do trio que acumula variação negativa em seus contratos de segunda posição de entrega em 12 meses na bolsa. Diante do cenário sombrio para a demanda imaginado pelos analistas, as previsões de melhora do clima nas principais regiões produtoras americanas colaboraram para as retrações do milho e da soja e formaram a “tempestade perfeita” que arrastou também o trigo.

E outros fatores negativos para os preços de cereais e oleaginosas também emergiram. Na Rússia, por exemplo, a colheita de grãos ganhou ritmo na última semana e já supera 37 milhões de toneladas; na França, a produção de trigo, cevada e canola deverá ser maior do que a esperada. Apesar da conjunção, o banco de investimentos Goldman Sachs elevou ontem suas estimativas para as cotações de milho, trigo e soja nos próximos três, seis e 12 meses, principalmente porque a produtividade da atual safra americana de milho deverá ser menor do que a prevista.