Redação (17/10/2008)- Os produtores agrícolas americanos devem aplicar menos fertilizantes por hectare no próximo ano para reduzir os custos em meio à queda dos preços do trigo, milho e soja, disse Mike Rahm, vice-presidente de análise de mercado da Mosaic.
Historicamente, as despesas com nutrientes para as maiores safras representam "um grande bode espiatório" para os produtores, que enfrentam a queda nos preços de commodities causada pelas colheitas globais abundantes e ainda pela crise em Wall Street, disse Rahm na entrevista concedida em 14 de outubro na sede da Mosaic em Plymouth, Minnesota.
"O colapso financeiro mudou a situação de só duas semanas atrás para uma situação na qual a economia agrícola é afetada pelos preços menores dos grãos, e isso nos preocupa um pouco", ele disse. "Creio que temos de tratar diretamente o assunto", disse Rahm.
As condições econômicas deterioradas chegam no momento em que cresce a preocupação dos investidores de que a demanda para carbonatos de potássio e fosfatos, os dois maiores produtos da Mosaic, possa diminuir.
Os contratos a futuros do milho para entrega em dezembro caiu cerca 25 centavos de dólar, ou 5,7%, fechando em US$ 152,75 a tonelada na quarta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). O preço se aproximou antes de US$ 151,47 a tonelada, o menor desde 19 de novembro de 2007. O contrato mais negociado registrou queda de 20% este mês depois de acumular 36% em perdas no trimestre terminado em 30 de setembro.Os contratos futuros da soja para entrega em novembro perderam 38 centavos de dólar, ou 4,2%, fechando em 315,26 a tonelada em Chicago. O preço registrou antes US$ 311,04 a tonelada, o menor para o contrato mais negociado desde 27 de agosto de 2007. A soja alcançou cotação recorde de US$ 601,38 no dia três de julho. "Pode haver um período de três a seis meses de vibração no motor agrícola do mundo", disse o presidente da Mosaic, James T. Prokopanko, em uma entrevista no início da semana.
Os fundamentos econômicos da agricultura e do setor de fertilizantes permanecem "sólidos como rocha" no longo prazo à medida que a população mundial for se expandindo, ampliando o mercado para alimentos, disse Prokopanko.