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Grãos em queda

Em mais um dia de nervosismo, grãos têm forte queda na bolsa de Chicago (EUA). Crise europeia pesa sobre as commodities.

Grãos em queda

A preocupação com a crise europeia voltou a pesar sobre as commodities agrícolas, ontem. A aversão ao risco, em um cenário de incerteza sobre os rumos da economia, fez com que investidores liquidassem posições nos mercados de soja, milho e trigo em Chicago.

No pregão da soja, os contratos de segunda posição, geralmente os mais negociados, fecharam em queda de 39,50 centavos (-3,09%), a US$ 12,3550 por bushel. Os contratos de milho cederam 21,75 centavos (-3,26%) para US$ 6,44 por bushel, enquanto o trigo fechou a US$ 6,7175 por bushel, um recuo de 20,25 centavos (2,92%).

A queda de ontem é explicada pelo nervosismo do mercado com a demora dos líderes europeus em apresentar uma saída para a crise no bloco, disseram analistas à Dow Jones Newswires. O fim do trimestre, período no qual fundos ajustam seus portfólios, também pode ter motivado liquidações. No caso dos grãos, investidores também teriam reduzido sua exposição ao risco antes de sexta-feira, quando o governo americano divulga um relatório com a posição dos estoques domésticos.

Apesar das turbulências, a demanda forte e os estoques apertados devem fazer com que os mercados agrícolas sintam menos os efeitos do agravamento da crise nos países desenvolvidos, disse ontem o economista Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da MB Agro, em evento da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). Para ele, os preços seguirão em patamares elevados, ainda que bastante voláteis.

De acordo com Mendonça de Barros, a crise não vai derrubar a demanda por alimentos na Europa e nos Estados Unidos. “Os alimentos pesam menos na renda dos países ricos”. Nos emergentes, o consumo deve seguir em alta. No lado da oferta, acrescenta, a quebra da safra americana manteve os estoques, especialmente de milho, em níveis historicamente baixos.

O economista também projeta forte volatilidade nos mercados de commodities, influenciados pela participação dos fundos. “O mercado está muito especulado”, afirma. Segundo ele, os fundos deverão alternar momentos de compras e vendas de commodities.

Outro fator importante para formação dos preços das commodities agrícolas é o câmbio, cujo movimento “deve seguir errático”, na opinião do economista. Para Mendonça de Barros, no curto prazo a moeda americana deve oscilar perto de R$ 1,80. No médio prazo, estará perto de R$ 1,70, prevê.