Exportações americanas maiores que as esperadas na semana passada impulsionaram as cotações da soja ontem na bolsa de Chicago. Embora o cenário macroeconômico não tenha se mostrado positivo, com quedas nas bolsas europeias e baixa do petróleo, os contratos do grão com vencimento em julho (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez) fecharam a US$ 14,21 por bushel, alta de 7,50 centavos.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as exportações do país alcançaram 33,2 mil toneladas na semana encerrada em 12 de abril, enquanto as estimativas variavam de 23 mil a 30 mil. “Houve ainda o anúncio da compra de 110 mil toneladas de soja pela China, o que ajudou a dar suporte ao mercado”, afirma Bruno Perottoni, analista da corretora Terra Investimentos.
A revisão para baixo da colheita de soja e milho na Argentina, divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura do país, também teve seus reflexos, mas em menores proporções. “O fato é que essa notícia já estava bem ‘precificada’ pelo mercado”, diz Perottoni. Por conta da seca, a produção de soja do país foi ajustada de 44 milhões para 42,9 milhões de toneladas. Já a estimativa para colheita argentina de milho caiu de 21,2 milhões para 20,3 milhões de toneladas.
Em Chicago, os papéis do cereal para entrega em julho, que vinham de uma sequência de quedas por conta de realização de lucros, encerraram o pregão em alta de 18 centavos, a US$ 6,12 por bushel. O dia foi marcado por um elevado volume de compras dos fundos na bolsa de Chicago, que totalizaram 15 mil contratos.