As exportações argentinas de milho podem sofrer atrasos na semana que vem por causa de uma greve planejada pelos produtores com duração de cinco dias, disseram operadores do mercado na quarta-feira.
A paralisação, em protesto contra políticas governamentais, coincide com o auge da colheita do milho, e num momento em que os países importadores esperam o produto argentino para compensar a safra ruim nos Estados Unidos, maiores produtores mundiais.
A greve começa no sábado e deve afetar os embarques entre segunda e quarta-feira. Depois, a quinta e sexta-feira serão um feriado prolongado na Argentina.
“O fluxo será afetado por três dias, mas deve se recuperar logo depois”, disse um operador que trabalha na Argentina para uma grande companhia internacional de exportação.
“A greve causará filas nos portos rio acima”, acrescentou essa fonte, que pediu anonimato.
A Argentina é o terceiro maior exportador mundial de milho e soja.
“As esmagadoras (de soja) têm grãos suficientes para processar durante os três dias de greve, mas as exportações de milho provavelmente serão afetadas”, disse outra fonte do setor.
Essa mesma fonte disse, no entanto, que o movimento exportador pode crescer nos dias imediatamente anteriores e posteriores à greve, compensando parcialmente seu impacto.
Na quarta-feira, 300 navios esperavam para carregarem produtos agrícolas, segundo a fonte. “Se o tempo de espera de um navio estava planejado para ser entre sete e dez dias, pode chegar a 15 dias.”
“Temos uma fila recorde de navios para milho neste mês, por causa da situação nos Estados Unidos”, acrescentou a fonte. “Todo mundo está tentando tirar seu milho da Argentina antes que a safra de milho do Brasil seja colhida, no final de julho e agosto”.