Para evitar que um cenário como o de 2012 se repita – quando a alta no preço da soja e do milho determinou redução de 6,71% na produção gaúcha de frango -, a indústria quer uma ação do governo federal que garanta a distribuição dos grãos no mercado interno. A política de abastecimento, já solicitada, é tida como fundamental para ajudar a garantir bons resultados para o setor neste ano.
“Se a safra no Centro-Oeste for boa, queremos que o governo faça distribuição do milho para as regiões que mais precisam. Isso evita o pânico de 2012 e pode ajudar nosso setor neste ano”, afirmou o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger, durante a divulgação dos resultados de 2012.
No ano passado, a queda na produção de frangos no Rio Grande do Sul foi o dobro da produção brasileira, de 3,17%. O abate gaúcho caiu 7,16%. Cerca de 774,2 milhões de aves foram abatidas, o que apresenta média mensal de 64,5 milhões. Ainda assim, o Estado, com 14,4% do total de aves do país, ficou como terceiro maior produtor no país, atrás de Paraná (29,7%) e Santa Catarina (17,7%). O desempenho retrata o efeito da seca, que determinou uma quebra na produção e levou a uma alta nos preços de milho e soja, usados na ração dos animais.
Para 2013, a oferta do produto deve se manter dentro da normalidade, avalia so presidente da Asgav:
“Não faltará produto. Se for preciso, tiramos do mercado externo, já que o mercado interno é o nosso maior comprador”.
Quanto aos preços, a entidade evita falar em aumento e usa o termo repasse, alegando que os produtores são obrigados a repassar o valor para os consumidores.
“Nossas duas grandes contas são energia elétrica e combustível. Sem demagogia, mas nos tiraram de um lado e colocaram de outro. Nós não tivemos um aumento real de preços, apenas repasses”, justificou Freiberger.
Em 2012, o preço final do frango in natura subiu 9% e os cortes (coxa, sobrecoxa e coração) tiveram um aumento de 12%. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Longo, o consumidor é atento a essas mudanças e sempre busca as opções que estejam mais em conta.
“A carne de frango tem muita competitividade. Se o consumidor encontrar uma alternativa mais barata, migra para ela”, explicou Longo.