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Indústria busca mercado para a soja convencional

<p>A União Européia consome grande parte das exportações brasileiras, mas outros mercados, ainda que em menor escala, também têm demanda crescente por grãos convencionais.</p>

Redação (10/09/2008)- Responsáveis pelo processamento de cerca de 25% da produção nacional de soja não-transgênicas, os grupos Caramuru, Vanguarda, Imcopa, André Maggi e Brejeiro apresentaram ontem a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange), com a qual pretendem assegurar seu mercado e buscar novos destinos para exportações. Quase toda a produção nacional de farelo e óleo convencionais tem o mercado externo como destino. 

A União Européia consome grande parte das exportações brasileiras, mas outros mercados, ainda que em menor escala, também têm demanda crescente por grãos convencionais. "Queremos acabar com alguns mitos, como o de que o mercado para os não-transgênicos vai acabar", diz Osires de Melo, um dos criadores da entidade. 

César Borges, da Caramuru e presidente da Abrange, estima que a produção de soja convencional corresponda a cerca de 40% do total do grão no Brasil, o que equivale a 24 milhões de toneladas. "O país também consome soja não-transgênica, mas não paga prêmio por elas." Como o prêmio é pago somente nas exportações, uma das prioridades da Abrange será a melhora da parte técnica, da produção e da logística para evitar a "contaminação" da soja convencional com a transgênica. 

A Abrange reúne empresas que têm o processamento e exportação de soja como foco, mas outros grãos farão parte dela para tentar buscar outros mercados. "No ano passado, a quebra da produção européia abriu espaço para o milho convencional", diz Johnny Decher, representante da Imcopa na Abrange.