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Logística

Acidente barra escoamento de grãos até Paranaguá.

Da Redação 20/07/2004 – 06h40 – A movimentação de cargas na ferrovia que liga Curitiba ao porto de Paranaguá será interrompida de sete a dez dias devido ao descarrilamento de uma composição que levava farelo de soja, milho e açúcar. O acidente ocorreu nos primeiros minutos da madrugada de ontem e provocou danos na estrutura da ponte sobre o rio São João, no trecho que corta a Serra do Mar.

Todos os dias, a América Latina Logística (ALL) movimenta 12 pares de trens no trecho, que é o principal caminho das mercadorias agrícolas exportadas via Paranaguá. A área comercial da ALL passou o dia em contato com seus clientes oferecendo alternativas de transporte. Uma delas era o transporte por caminhões. A outra era o desvio de cargas, ainda nos trilhos da empresa, até o porto catarinense de São Francisco do Sul.

O acidente prejudica ainda o tráfego de passageiros via Serra Verde Express, empresa que opera passeios turísticos entre Curitiba e o litoral do Paraná. As viagens diárias estão suspensas enquanto a ferrovia estiver interditada. A composição que tombou tinha 45 vagões e três locomotivas. Estas últimas não chegaram a deixar os trilhos e estão intactas. Mas 35 vagões caíram no início da ponte e a operadora não sabe quantos deles foram danificados.

A carga em risco soma 1.750 toneladas de mercadorias. O local é de difícil acesso, o que dificulta o resgate do equipamento e das cargas – uma operação que envolveu cerca de 70 pessoas durante todo o dia de ontem. O Instituto Ambiental do Paraná, órgão do governo do Estado, ainda não emitiu parecer sobre se o acidente coloca ou não em risco os cursos de água da região. O risco maior diz respeito ao farelo de soja, que pode fermentar em contato com a água.

A ALL abriu uma sindicância para apurar as causas do acidente. Os resultados sairão em 30 dias. A companhia também tem tido problemas com acidentes em trechos urbanos, o que a levou a firmar no mês passado um acordo sobre equipamentos e sinalização da ferrovia com a prefeitura de Curitiba. A empresa alega que desde que assumiu a operação na malha ferroviária no Sul do país, há sete anos, o índice de acidentes foi reduzido.