A produção brasileira deve atingir 69,95 milhões de toneladas, superando o atual recorde de 68,47 milhões. O resultado otimista se deve ao crescimento da área plantada pelo quarto ano consecutivo e que pela primeira vez alcança os 24,05 milhões de hectares. Apesar da perspectiva de quebra de produtividade no Sul do país, o Brasil deve colher em média 48,5 sacas por hectare, apenas 0,3% abaixo da produtividade recorde obtida na safra 09/10. Os números fazem parte do 1° levantamento da safra 10/11 de soja divulgado nesta terça-feira.
Com perspectiva de quebra de safra no Rio Grande do Sul – a produção recua 11% e chega a 9,10 milhões de toneladas -, a estimativa é de que os sojicultores do Sul colham 24,87 milhões de toneladas no ciclo 10/11, 3% menor em relação à temporada anterior. Apesar da queda, a safra será recorde no Paraná e em Santa Catarina, que devem produzir 14,38 milhões de toneladas e 1,38 milhões. “Vou aumentar a minha área de soja sobre 700 hectares de milho”, afirma Ely Germano, produtor de Arapoti (PR).
A região Centro-Oeste, por sua vez, deve superar o atual recorde de 31,48 milhões de toneladas e chegar a 32,91 milhões. A previsão é de que Mato Grosso – maior produtor nacional da oleaginosa – alcance históricos 20,03 milhões de toneladas com uma produtividade média de 53 sacas por hectare. “O preço subiu nos últimos dias e a tendência é de que cresça mais até o final do ano, animando os produtores a plantar. A expectativa é sempre a melhor”, diz Argino Bedin, produtor de Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá). Com boas perspectivas para a próxima temporada, Goiás deve plantar 8,05 milhões de toneladas, um recorde para o Estado.
A expectativa também é positiva para as regiões Norte e Nordeste, onde a colheita tem potencial de alcançar 7,63 milhões de toneladas com recorde de produção em todos os estados. Destaques para Maranhão e Piauí, onde a safra deve crescer mais de 20% em relação a 09/10. Para Fernando de Freitas Borges, do departamento financeiro da Fazenda Sapucaí, em Balsas (MA), o pessoal está bastante otimista. “A safra passada foi muito ruim por causa da falta de chuva, mas este ano promete ser melhor. Acreditamos que melhorando a produtividade a margem de lucro será maior”.