O número de focos da ferrugem em todo o estado de Mato Grosso aumentou este ano para 88, 38 focos a mais do que na safra passada. O crescimento foi provocado pela maior incidência de chuvas, principalmente no mês de janeiro.
Alguns produtores, como Adelmo Zuanazzi em Sinop, norte do estado, tiveram problemas com a doença. Ele cultivou dois mil hectares de soja. A colheita ainda não terminou, mas ele já calcula as perdas porque praticamente toda a lavoura foi tomada pela ferrugem. “Nessas últimas áreas, a gente estima que as perdas devem passar de 30%”, lamenta.
Esse problema no entanto não foi generalizado. Mesmo com os focos registrados em alguma regiões, a previsão da Aprosoja, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso, é de que o estado deve colher uma safra um pouco maior que a do ano passado.
A ferrugem pode derrubar em 5% a produtividade média, perda que deve ser compensada pelo aumento da área, que foi de 6% em todo o estado.
Além da ferrugem, os agricultores que colheram nos últimos dias têm uma despesa a mais com outro problema que também é provocado por excesso de umidade. A colheita continuou sendo feita nos intervalos entre uma chuva e outra.
Os agricultores aceleraram a colheita nos últimos dias. As cooperativas de Mato Grosso receberam até agora 25% de toda a produção do estado. A soja que chega é submetida a testes para verificar o teor de umidade. “Hoje está chegando soja da lavoura com 25 a 30% de umidade. Feitas as análises, vai para descarga, onde posteriormente vai para o secador e esse processo demora em torno de oito horas para o produto ficar dentro do padrão, que é 14%”, explica Vinícius Acco, gerente da cooperativa.
Para reduzir a umidade da soja ao teor ideal, os armazéns cobram do agricultor cerca de R$ 1,30 centavos por saca. De acordo com a Aprosoja, a produção em Mato Grosso deve chegar a 21 milhões de toneladas.