Apesar das condições climáticas adversas e a redução de tecnologia nas lavouras de soja de Mato Grosso, que provocaram um recuo na produtividade, o Estado ainda configura como maior produtor nacional da oleaginosa. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indicam que a colheita deve render pouco mais de 18 milhões de toneladas. O Paraná (9,57 milhões de t) e o Rio Grande do Sul (7,84 milhões de t) completam a relação.
De acordo com o levantamento de safra divulgado pela estatal, em Mato Grosso a área plantada (em mil ha) sofreu incremento, frente ao ciclo anterior. Ou seja, passou de 5.675 ha para 5.811,2, total 2,4% superior. Já na produtividade, configurou-se retração: 3.150 kg/ha em 2007/08 para 3.099 em 2008/09, segundo a companhia.
As lavouras mato-grossenses devem ser responsáveis pela produção de 18 milhões de toneladas de soja. Isto representa quase 1% (0,9%) de aumento frente à safra passada quando foram alcançadas 17,8 milhões de toneladas.
No Brasil a Conab aponta que área de soja cultivada na atual safra foi de 21,65 milhões de hectares, 1,6% ou 341,3 mil hectares superior à cultivada na safra passada. Esse incremento ocorreu basicamente nos principais estados produtores, como Mato Grosso, Goiás e Paraná, à exceção do Rio Grande do Sul, que reduziu sua área cultivada com soja em 1,2%.
Apesar das expectativas iniciais de redução, devido ao custo de produção mais elevado no início da safra, a apresentação de uma melhor expectativa de mercado desse produto aliado ao atraso no início do período de chuvas, fizeram com que os produtores dessas regiões optassem pelo plantio da soja em áreas de algodão e milho.
Durante todo o desenvolvimento da cultura, houve períodos de estiagem, afetando com diferentes graus de severidade, que variavam em função da quantidade de dias de estiagem e da fase de desenvolvimento da cultura em cada região. O Paraná e Mato Grosso do Sul foram os estados mais castigados comparativamente a safras anteriores, reduzindo consideravelmente as médias produtivas.
Estiagens ocorridas no final do ano passado castigaram a soja de ciclo precoce, e abril deste ano afetaram as lavouras de ciclo tardio em fases sensíveis do desenvolvimento, derrubando consideravelmente a produtividade média.
A colheita está praticamente finalizada. A média de produtividade na atual temporada está 5,5% menor do que a apresentada no ciclo anterior. O Brasil deve produzir nesta safra 57,6 milhões de toneladas, 4,0% ou 2,4 milhões de toneladas a menos.