Redação (11/05/07) – “Precisamos desenvolver a agricultura alternativa e estimular a produção do álcool a partir do milho, como já fazem há décadas os norte-americanos. Com etanol do milho, Mato Grosso terá maior sustentabilidade econômica e mais uma vertente para seus investimentos”, enfatizou.
O governo pretende patrocinar a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado (Fapemat) para desenvolver projetos de viabilidade técnica e econômica a serem apresentados aos grandes investidores. “Vamos mostrar que o etanol é viável e mais interessante para o nosso Estado. Com isso, vamos estimular a vinda de novas plantas industriais e gerar mais empregos”.
Maggi, que é empresário do agronegócio, afirmou ter convicção de que “o caminho a ser seguido” por Mato Grosso é produzir etanol a partir do milho. “As grandes nações fazem isso com sucesso e não podemos ficar na contramão da história”, disse, lembrando que nos Estados Unidos o custo para se produzir o etanol a partir do milho é bem mais alto do que no Brasil. Enquanto os norte-americanos produzem até 12 toneladas de milho para obter mil litros de etanol, em Mato Grosso este custo é quatro vezes menor, ou três toneladas para gerar mil litros de álcool.
Estudos do governo apontam que o custo de implantação de uma planta industrial para produzir 150 milhões de litros de etanol por ano pode chegar a US$ 120 milhões nos Estados Unidos. O consumo de milho seria de 450 mil toneladas ou 80 mil hectares de milho.
A utilização do milho para fabricação do etanol poderia também elevar a produção do grão das atuais 1,2 milhão de toneladas para 15 milhões de toneladas, nos próximos anos.
Na avaliação dos técnicos do governo, esta nova alternativa tornaria a produção de milho competitiva e geraria milhares de empregos no país.
Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), deputado federal Homero Pereira, 30% de toda a produção de milho de Mato Grosso pode ser transformado em etanol. Segundo a Famato, o etanol brasileiro é um dos mais baratos do mundo, 0,22 dólares por litro, enquanto que o preço do produto nos EUA, obtido a partir do milho, é 0,30 dólares.
“O nosso custo de produção com o milho também é bem menor, chegando a menos de 50% em relação à soja”, lembrou. De acordo com levantamento da Famato, em Mato Grosso o custo para se produzir soja é de R$ 1,1 mil por hectare. No caso do milho, este custo cai para R$ 500/hectare.
Outra possibilidade citada por Homero Pereira é o aproveitamento das usinas sucroalcooleiras do Estado para o processo do etanol a partir do milho. “Podemos utilizar as destilarias em funcionamento em nosso Estado para processarmos o etanol. Se isto se concretizar, já teremos dado um grande passo nesta direção”.
Estradas – O governador Blairo Maggi aproveitou sua viagem aos Estados para se reunir com diretores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), visando à captação de recursos para financiamento dos produtores rurais interessados na construção de rodovias através de consórcios. As rodovias poderiam reduzir os custos do frete e viabilizar o escoamento do etanol para os centros consumidores. Famato, governo do Estado e IFC do Brasil já estudam o projeto, que prevê a contrapartida financeira dos produtores em troca da isenção no pagamento do Fundo Estadual para o Transporte e Habitação (Fethab).