Em 2013, o setor de defensivos agrícolas movimentou US$ 11,454 bilhões e, para este ano, a expectativa é de um avanço entre 6% e 9% impulsionado pela safra recorde de soja. Sendo assim, o segmento pode fechar 2014 próximo dos US$ 13 bilhões. Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a oleaginosa corresponde a 51,3% das vendas deste mercado, com representação financeira de US$ 5,86 bilhões.
Para o presidente do sindicato, Valdemar Fischer, o crescimento registrado nas vendas destes produtos se justifica, principalmente, pela expansão da área cultivada no Brasil, aliada à necessidade de combate às pragas do campo.
“Em 2014 a soja certamente continuará puxando o mercado de defensivos. Há dois anos, ela representava 49% do setor e subiu pouco mais de três pontos percentuais no ano seguinte”, completa o gerente de informação do Sindiveg, Ivan Sampaio.
Cerca de 60% das vendas do segmento acontecem entre os meses de agosto e novembro, para proteção do plantio de verão. No primeiro semestre do ano, o mercado é sazonalmente menos aquecido porque os riscos diminuem nas culturas de inverno.
Segundo o Sampaio, atualmente, as maiores demandas do setor vêm da soja, cana-de-açúcar, milho e algodão.
Dados do Sindiveg indicam que, em 2013, a cana respondeu pelas vendas de US$ 1,15 milhão de defensivos, 10,1% do mercado. Em seguida, aparece o milho com US$ 1,09 milhão, correspondente a 9,5%, e o algodão, com US$ 1,04 milhão, 9,1% do total de insumos comercializados.
“Algumas das principais pragas das lavouras são as lagartas helicoverpa armígera, falsa medideira e elasmo, nos grãos como soja milho. No algodão, apesar da helicoverpa, a principal preocupação é com o bicudo do algodoeiro. A mosca branca também está presente em quase todas as culturas agrícolas”, comenta o gerente de informação. O presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) e vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Milton Garbugio, destaca que, na safra 2013/2014, houve uma redução em cerca de 30% no uso de defensivos contra a helicoverpa.
“Desde a safra 2012/2013 está sendo plantada no Brasil todo uma semente de algodão com variação genética, mais resistente ao ataque da lagarta”, explica.
Entretanto, informações da Abrapa mostram que para produzir um hectare de algodão, na safra 2012/2013, o produtor gastava em média R$ 1831,82 só com defensivos e não houve uma redução muito expressiva deste número nos custos de produção da safra 2013/2014.
Em desenvolvimento
O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) uma patente para auxiliar os produtores de soja brasileiros no controle das piores pragas dessa cultura no País: os percevejos.
Atualmente, são utilizados mais de 4,5 milhões de litros de inseticidas químicos por safra para o controle de percevejos-praga no cultivo da soja, ao custo aproximado de R$ 20,00 por hectare. “Por isso, investir em tecnologias de controle biológico de pragas da soja é uma prioridade para o Brasil hoje”, afirma o pesquisador da Embrapa, Miguel Borges.
Segundo a empresa, foram iniciadas pesquisas, em parceria com a Embrapa Amazônia Ocidental, para controle da broca do cupuaçu e com a Embrapa Arroz e Feijão para monitoramento do percevejo do colmo do arroz.