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Mercado de soja de olho na produtividade americana

Direção dos preços internacionais está nas mãos do USDA.

Da Redação 06/10/2003 – 05h36 – Enquanto os agricultores americanos aceleram a colheita, os investidores tentam adivinhar a produtividade média da safra 2003/04 às vésperas do relatório de oferta e demanda mundial, que será divulgado na sexta-feira pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Depois da seca em agosto e das geadas da última semana, há relatos de produtividade de 30 sacas por hectare em Iowa, principal Estado produtor do país. Mas em outras regiões do cinturão verde os rendimentos são melhores.

“Será uma semana em que podemos caminhar nas duas direções”, afirma Jack Scoville, vice-presidente da divisão de trading da Price Futures Group, em Chicago. O relatório sobre condições das lavouras e ritmo da colheita, que sai hoje, também pode ditar os rumos do mercado.

Na última sexta-feira, a consultoria privada Sparks previu a safra americana 2003/04 em 71,28 milhões de toneladas, pouco abaixo das 71,93 milhões de toneladas projetadas pelo USDA no relatório de agosto. A estimativa decepcionou o mercado, que já trabalha com a perspectiva de uma safra de 70 milhões de toneladas. Na quinta-feira, a FC Stone previu 69,8 milhões de toneladas. “Os americanos só foram perceber na colheita que tiveram problemas com algumas pragas, o que acaba prejudicando a produtividade”, diz Seneri Paludo, da Agência Rural. Em 2002/03, os Estados Unidos produziram 74,3 milhões de toneladas.

Os investidores também aproveitaram a previsão conservadora da Sparks para realizar lucros. O contrato de novembro fechou com baixa de 19 centavos, ou 2,73%, a US$ 6,97 por bushel. Foi a maior queda em praticamente três meses. Com as perdas na lavoura, os preços da soja subiram 17,22% em trinta dias, 20,49% no ano e 24,97% nos últimos 12 meses. De acordo com Scoville, também contribuiu para a baixa a pressão de venda dos agricultores americanos, que buscam aproveitar os bons preços.

Devido à forte baixa na bolsa americana, praticamente não foram registrados negócios no mercado interno brasileiro. No mercado disponível do porto de Paranaguá, havia indicações nominais a R$ 44 por saca, ante R$ 45,20 da última sexta-feira. Em Mato Grosso, o mercado também ficou parado. “O produtor já vendeu bastante e prefere esperar o relatório da sexta-feira. Cerca de 55% da safra 2003/04 do Mato Grosso já foi comercializada”, diz Geraldo Ornellas, da Lucra Corretora. Na quinta-feira, os produtores chegaram a vender a saca a US$ 11,20 para entrega em fevereiro e US$ 10,50 para março em Lucas do Rio Verde.