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Mercado vê safra de soja 2006/07 do Brasil em 50-56 milhões de toneladas

<p>Previsão foi feita nesta quarta-feira (05/10) junto a corretores nos principais Estados produtores.</p>

Redação (05/10/06)- A safra 2006/07 de soja do Brasil deve atingir 56 milhões de toneladas, na melhor das estimativas, ou 50 milhões de toneladas, na pior delas, de acordo com consulta feita nesta quarta-feira junto a corretores nos principais Estados produtores.

Uma média das previsões das fontes consultadas por telefone
aponta uma safra brasileira de 52,7 milhões de toneladas,
número inferior à colheita 2005/06, de 53,41 milhões de
toneladas, segundo o Ministério da Agricultura, quando o país
obteve uma produção recorde.

O Brasil, o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás
dos Estados Unidos, conhecerá na quinta-feira a primeira
estimativa da safra 2006/07 realizada pela Conab (Companhia
Nacional de Abastecimento). O plantio deve se intensificar
agora em outubro.

“Vai ter menos área, menos tecnologia e menos adubo. Num
clima dos sonhos, teríamos uma produção de 54 milhões de
toneladas. Mas eu não acredito numa safra maior que 50
milhões”, afirmou o corretor Antônio Sartori, da gaúcha
Brasoja.

Ele argumentou que o fenômeno El Nio deve reduzir a
intensidade de chuvas no Centro-Oeste brasileiro, a principal
região produtora do país, e afetar a produtividade.
Para a corretora paulista América, a área de soja deve ter
uma redução de 5 por cento nesta safra, principalmente em
decorrência de uma queda no plantio no Centro-Oeste.

“Deve cair também o uso de fertilizantes. Nos últimos anos,
a safra brasileira tem sido superestimada. Sempre houve
problemas de clima. Se mantiver a tendência dos últimos dois
anos, deve ser de 50 milhões de toneladas”, disse o corretor da
América Rael Chapaval.Na opinião de Chapaval, em condições de tempo ideais o Brasil produziria 52,5 milhões de toneladas.

De acordo com a corretora Labhoro, do Paraná, o câmbio

ainda é fator que “complica” a produção de soja no país.
“O Centro-Oeste vai ter uma redução de área acentuada, o
que pode ser tão prejudicial quanto a redução de tecnologia. O
custo do frete é alto, e o produtor está descapitalizado”,
afirmou o diretor da Labhoro, Ginaldo de Sousa.

Segundo ele, deve haver uma redução de área de 7 a 8 por
cento no Brasil, puxada principalmente pelos Estados do
Centro-Oeste. No Sul, o corretor não acredita em queda no
plantio. “Pelo contrário, pode até crescer no Paraná (segundo
produtor nacional).”

No Mato Grosso, o maior produtor brasileiro, que tem sido
mais afetado pelos altos custos do transporte pela distância
dos portos, a área plantada deve cair, na pior das hipóteses,
cerca de 20 por cento, para 4,89 milhões de hectares, segundo a
Aprosoja-MT (Associação dos Produtores de Soja).

“Isso resultaria em uma produção de 13,18 milhões de
toneladas”, disse o presidente da Aprosoja, Rui Prado. O Estado
colheu na temporada anterior 15,8 milhões de toneladas, de
acordo com números oficiais.

Para Aluízio Dissenha, da Real Corretora, no Paraná, embora
o plantio em Mato Grosso ainda esteja se definindo, em função
dos problemas relacionados à recente crise do setor de grãos, o
número do governo não deve diferir muito do que o USDA
(Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) está prevendo
para o Brasil.

“Tem muita coisa para acontecer, mas acho que a Conab não
vai fugir muito disso (do número do USDA)”, disse ele.
O USDA estimou em setembro a safra brasileira em 56 milhões
de toneladas. Na temporada passada, o governo dos EUA estimou a
produção do Brasil em 55 milhões de toneladas.