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Milho a céu aberto

Aprosoja estima que 500 mil toneladas de milho fiquem a céu aberto em MT. Falta de armazéns preocupa o setor produtivo.

Milho a céu aberto

O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Seneri Paludo, alertou que a principal necessidade no Estado é escoar o milho remanescente para evitar que haja estoques a céu aberto. “Não vai me surpreender se este ano superarmos as 500 mil toneladas estocadas fora dos armazéns”, afirmou.

O aumento de 8,4% na produção da soja na safra 2009/10 em relação à safra anterior juntamente com o incremento de 950 mil toneladas de milho lotará os armazéns e deixará parte da produção sem destino adequado. A falta de armazéns preocupa o setor produtivo, que busca incentivos do governo federal para escoar produção.

O milho saltou de 8,25 milhões de toneladas para uma estimativa de 9,2 milhões de toneladas, que começam a ser colhidos dentro de dois meses. Fora isso, há um estoque de passagem de 3 milhões de toneladas ainda no Estado. A safra 2009/2010 vai superar em 5,27 milhões de toneladas a capacidade de armazenamento do Estado, que é de 25,6 milhões de toneladas. Até o término da colheita, nas próximas semanas, o Estado vai ter escoado cerca de 2 milhões de toneladas de soja. O aumento da produção da soja em relação à safra 2009/2010 foi, no entanto, fruto do aumento da área plantada e não da produtividade, que deve cair em torno de 0,3% em média, saindo de 3.052 kg por hectare na safra passada para 3.041 kg por hectare este ano.

O incremento na área plantada, que era de 5,7 milhões de hectares na última safra e subiu para 6,2 milhões de hectares na safra 2009/2010, fez com que o grão tivesse um salto na produção.

O diretor administrativo da Associação dos Produtores de Milho e Soja (Aprosoja), Carlos Fávaro, disse que o empenho dos produtores em pressionar o governo federal para começar a distribuir os prêmios para venda e escoamento do milho é justamente para evitar que o grão fique exposto. Segundo ele, a soja permanece até outubro e novembro nos armazéns do Estado para atender à demanda interna. “Temos hoje grandes esmagadoras no Estado que precisam do grão aqui até o segundo semestre. Além disso, com o preço em baixa, há quem prefira segurar a comercialização esperando melhor mercado”. Mato Grosso conta com uma capacidade para esmagar o grão da soja entre 11 milhões e 12 milhões de toneladas.