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Milho caro no CE

Transferência de milho gera polêmica no Ceará. Criadores de animais não concordam com a remessa que está indo para a Conab de Icó.

Milho caro no CE

O setor de pecuária local está mobilizado em face da remessa de milho para o armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em Icó. Segundo os criadores, o produto deveria ficar na unidade local para atender à demanda da região Centro-Sul. Os produtores alegam elevação da despesa com o pagamento de frete entre as duas cidades.

Em recente reunião da Unidade Pecuária Iguatuense (Upeci), o assunto foi debatido. “Fomos surpreendidos ao saber que o milho seria transferido para Icó”, disse o produtor, José Paulino Neto. “Lá só há um armazém que estava desativado e o escritório há anos que permanece fechado”. Os pecuaristas aprovaram a elaboração de um documento que será encaminhado para a superintendência estadual da Conab, em Fortaleza, solicitando que o estoque seja dividido entre as duas unidades, segundo a demanda de cada município. “Não podemos ser prejudicados. Sempre o milho foi estocado em Iguatu”, disse o presidente da Upeci, Mairton Palácio.

Segundo informações que circularam entre os associados da Upeci, haveria um movimento político para reativar a unidade de Icó, que há mais de cinco anos estava paralisada. O armazém chegou a ser vendido para o município, mas, por falta de pagamento, retornou à propriedade da Conab. Palácio disse que mesmo com as sacas de milho estocadas no armazém de Icó, a comercialização será feita na unidade de Iguatu, pois, de início, o escritório daquela cidade permaneceria fechado. “O milho foi faturado para Iguatu, mas está sendo encaminhado para Icó”, frisou Paulino.

O secretário de Agricultura de Icó, Mairton Bezerra, confirmou que houve uma mobilização de dirigentes políticos visando à reativação do armazém. “Sempre tivemos que comprar e trazer milho da unidade de Iguatu, quando aqui há um armazém vazio”, disse. “Não podemos ser prejudicados e defendemos que parte do produto fique em Iguatu para atender à demanda daquela região”.

Estoque

Bezerra disse que o estoque de Icó vai atender aos criadores de outros municípios que antes tinham que ir até Iguatu para adquirir o produto. “Agora vai ficar mais perto e o frete será menor. Para Icó serão enviadas três mil toneladas”.

O encarregado de setor de Programas Institucionais da Conab no Ceará, Francisco José Freitas, esclareceu que o milho foi reconduzido para Icó porque os armazéns do órgão em Iguatu estariam lotados. “É uma questão operacional, mas logo em seguida outras remessas ficarão em Iguatu para atender à demanda dos criadores de bovinos”. Freitas estima que, até maio, novo carregamento chegará a Iguatu. “A previsão para chegada da primeira remessa era em janeiro passado e nessa época a unidade de Iguatu estava lotada. Os criadores de Iguatu não ficarão sem milho”.

O milho da divergência entre os criadores das duas cidades é proveniente de Mato Grosso e faz parte do Programa Venda Balcão. Icó deverá receber, segundo a Conab, quatro mil toneladas, e Iguatu, duas mil toneladas do produto. A saca de 60kg será vendida por R$ 20,40, quando o preço no mercado local está em torno de R$ 30,00.

Para adquirir o produto, o criador deverá fazer um cadastro na Conab em Iguatu e terá direito a comprar por mês até R$ 13.980,00, segundo o número de bovinos.

Remessa

6 mil toneladas de milho devem chegar neste ano na Conab de Icó e Iguatu. Na primeira cidade, serão quatro mil toneladas, enquanto que, no município de Iguatu serão duas mil .