Com a colheita da safra de milho 2013/14 em andamento nos Estados Unidos, o mercado já sente o peso da entrada do cereal norte-americano. Mesmo com 12% da produção retirados das lavouras até o último dia 30, o que traduz um atraso frente ao ano passado, o mercado já precifica o aumento da oferta do produto. É o que avaliam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Como explica Ângelo Ozelame, o principal reflexo deste cenário é a queda nas cotações do cereal. De acordo com o analista, na primeira semana de outubro, os principais contratos futuros do milho sofreram queda na Bolsa de Chicago. O contrato para dezembro de 2013 apresentou, na última semana, as piores cotações desde a sua abertura, encerrando a US$ 4,39/bushel as sessões de terça-feira e quarta-feira.
“Estamos vendo preços baixos porque a safra norte-americana está entrando e o mercado já precifica isso”, frisa. Estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) é que a produção no país seja superior a 350 milhões de toneladas, patamar 30% acima do último ano agrícola.
A expectativa de mercado é de que os fundamentos baixistas continuem ao longo desta safra. Além da produção dos EUA, a também produzida na América do Sul deve contribuir com o excedente da commodity.
Em curto prazo, lembra Ângelo Ozelame, o aumento da oferta imediata do produto com o avanço da colheita norte-americana pode pressionar ainda mais os preços do grão.
“O produtor deve esperar novos números para ver como serão as definições de mercado”, observa o especialista.