Redação (08/10/2008)- Depois de uma segunda-feira nervosa e de fortes quedas, soja e trigo, duas das três commodities agrícolas mais negociadas no mundo, registraram modestas valorizações ontem na bolsa de Chicago. As cotações do milho, entretanto, voltaram a recuar. De acordo com analistas, os ganhos nos mercados de soja e trigo foram reflexos de correções técnicas após os tombos recentes, enquanto a nova baixa do milho ainda foi derivada das incertezas decorrentes da crise irradiada a partir dos Estados Unidos.
Os contratos da soja com vencimento em janeiro (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez) encerraram a sessão negociados a US$ 9,41 por bushel, em alta de 2,50 centavos de dólar, ou 0,27%. Muito pouco perto da perda de segunda-feira (6,94%) e, portanto, insuficiente para alterar significativamente a queda acumulada em 2008, que segundo cálculos do Valor Data ainda é de 22,5%.
No mercado de trigo não foi muito diferente. Os papéis de segunda posição (março) registraram ganho de 8,75 centavos de dólar (1,42%) e encerraram o pregão a US$ 6,2475 por bushel, mas ainda apresentam desvalorização acumulada de 30,04% neste ano. Na bolsa de Kansas, onde o comportamento das cotações tem sido similar, março fechou a US$ 6,4375 por bushel, com alta de 5,50 centavos de dólar.
Já o milho, que caiu menos que soja e trigo nos últimos meses, não resistiu às persistentes desconfianças em relação à saúde financeira americana e viu a diferença em relação às outras duas commodities diminuir um pouco. Ontem, a queda dos contratos de segunda posição de entrega do grão (março) foi de 9 centavos de dólar, ou 2,03%, e esses papéis fecharam a US$ 4,3350 por bushel. Com o novo tropeço, as cotações passaram a acumular queda de 7,12% em 2008, sempre segundo cálculos do Valor Data.
Apesar de a terça-feira ter sido um dia aparentemente mais calmo, traders e analistas continuam ansiosos para que as medidas americanas de salvamento da economia surtam efeito. Especialistas ouvidos pelo Valor nos últimos dias já realçaram, porém, que a desaceleração econômica que se desenha poderá tirar mais sustentação das commodities.