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Milho deve continuar pressionando custos na suinocultura

O milho não dará trégua para a suinocultura em 2003.

Redação SI 26/09/2002 – O milho não dará trégua para a suinocultura em 2003. A previsão foi feita pelo pesquisador e economista Jonas Irineu dos Santos Filho, da Embrapa Suínos e Aves de Concórdia (SC), empresa de pesquisa ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O pesquisador analisou a procura por sementes certificadas, que dão um indicativo para a próxima safra, e concluiu que a oferta continuará apertada. “A tendência é que o dólar estará um pouco mais barato no ano que vem. Mas dificilmente a saca de 60 kg será vendida abaixo dos R$ 17,00 durante todo o ano de 2003”, disse Jonas.

Outro item citado pelo pesquisador para sinalizar o aperto que o milho representará sobre a suinocultura no ano que vem é o preço futuro pago pelo grão em São Paulo. Negócios para pagamento e entrega em março foram fechados recentemente com a saca valendo R$ 21,35. “Isso significa que os compradores estão percebendo que, na média, o milho continuará muito caro nos próximos 12 meses”, enfatizou Jonas. A produção dentro das propriedades será decisiva para a sobrevivência, principalmente, dos produtores independentes de suínos.

Como será difícil mexer em 70% do custo de produção, fatia relativa à alimentação, o pesquisador vislumbra apenas duas saídas para o sistema agroindustrial que explora a suinocultura enfrentar a conjuntura prevista para o ano que vem. “A diminuição dos plantéis, para se obter uma oferta mais próxima da realidade da demanda, e o aumento do consumo no mercado interno são as únicas alternativas para melhorar a situação de toda a cadeia suinícula”, apontou Jonas.

A primeira opção deve se concretizar no máximo até o final do primeiro trimestre de 2003. A oferta está bem mais controlada neste momento e há a expectativa de que o excedente do mercado possa desaparecer até mesmo antes do final de 2002. Já o aumento no consumo interno é mais difícil. Ele depende de uma maior oferta de cortes in natura, da diminuição dos preços nos supermercados e de um convencimento do consumidor das grandes cidades, que ainda mantém tabus em relação à carne suína, considerada erroneamente um alimento prejudicial à saúde por muitas pessoas.