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Milho deve ser estocado e soja, vendida agora

A guerra no Iraque cria um cenário oposto para produtores de milho e soja.

Da Redação 01/04/2003 – A guerra no Iraque cria um cenário oposto para produtores de milho e soja. Para os primeiros a ordem é estocar. Já para os sojicultores a orientação é vender agora os grãos.

O conflito poderá valorizar ainda mais os preços do milho durante o período de entressafra, quando tradicionalmente os preços do grão tendem a subir entre 30% e 40%. Porém, se a guerra se estender por mais de dois meses, a tendência é de que o aumento seja ainda maior, segundo o consultor Vlamir Brandalizze.

“Se a guerra se prolongar os países importadores do grão brasileiro deverão aumentar suas compras, para estocar o produto.” Até o momento, cerca de 1 milhão de toneladas de milho já foi negociado com o mercado externo.

Outro fator decisivo para o setor é a variação cambial. “O dólar será fundamental para o aumento nas cotações.” Por enquanto, os produtores estão aguardando a melhora dos preços no mercado interno. Em plena safra de verão – com cerca de 50% do grão já colhido – os produtores estão estocando o produto, aguardando a recuperação dos preços que normalmente ocorre ao fim da colheita. A cotação atual é de R$ 18 a saca.

Soja

Já o produtor de soja brasileiro não deve estocar o grão pensando em obter preços melhores pelo produto mais para frente, caso a guerra se prolongue.

“A soja já está com preços internacionais melhores do que os alcançados no ano passado, quando o dólar ainda não havia obtido o pico de valorização”, afirmou a consultora de grãos da Tendências, Amaryllis Romano.

Segundo ela, o mais recomendado para o produtor de soja é vender a produção pausadamente, sem ter pressa para comercializar o grão. “Se o sojicultor deixar para escoar a produção nos últimos meses do ano, irá vender justamente quando os Estados Unidos estiverem colocando sua soja no mercado, pois nossas colheitas são em períodos opostos.”Para a consultora, a incerteza da duração da guerra recomenda prudência por parte dos produtores de soja.