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Milho dispara e suinocultor vive fase crítica

<p>Consumidores se beneficiam com a baixa de preço dos suínos.</p>

Redação SI (13/03/07) – A disparada do preço do milho, principal insumo na suinocultura, está fazendo com que o setor opere no vermelho. Hoje, segundo informação da Coasgo (Cooperativa Agrícola de São Gabriel do Oeste), o produtor está recebendo, já com bonificação, R$ 1,65 por quilo vivo de suíno, quando o custo é de R$ 1,75. O milho responde por cerca de 75% do custo.

O responsável técnico pela cooperativa, João Antônio Rodrigues, lembra que o preço do milho subiu cerca de 40% desde o ano passado, saindo de um patamar de R$ 12,00 a saca de 60 quilos para os atuais R$ 16,00. Enquanto isso, o preço pago ao produtor caiu, considerando que em março do ano passado ele recebia R$ 1,80 com bonificação.

A disparada no preço do milho reflete o direcionamento da produção norte-americana para produção do etanol. Hoje o grão lidera as exportações de Mato Grosso do Sul, uma situação inusitada, já que a soja e o boi tradicionalmente eram os principais produtos na pauta de exportação. “Da nossa produção tradicionalmente cerca de 80% ficavam dentro do Estado”, observa a assessora econômica da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Adriana Mascarenhas.

Rodrigues afirma que a crise deve refletir em redução da oferta. Segundo ele, já há muito criador parando de produzir em pólos como Santa Catarina e o Paraná. “Temos informações de que a Sadia e outros grandes frigoríficos estão reduzindo as compras”, diz. A única expectativa de recuperação de preços é com a redução de oferta, o que não acontece a curto prazo.

Enquanto isso não ocorre o consumidor vem se beneficiando de uma carne mais barata nos supermercados. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de fevereiro apontou queda de preços em vários cortes. Alguns deles: pernil (-4,21%), bisteca (-4,33%) e costeleta (-4,87%).