Da Redação 19/04/2004 – 04h36 – No Paraná, a colheita do milho da safra de verão ainda não terminou e 25% das lavouras estão com as espigas no pé. A previsão do Estado é colher esse ano sete milhões e meio de toneladas, seiscentas mil toneladas a menos do que na safra de verão do ano passado.
A colheita é menor, mas as cooperativas têm no momento um bom estoque calculado em dois milhões e meio de toneladas. Ele é resultado da safra atual e das sobras da safra anterior. O ritmo da comercialização do milho nesta semana foi lento e os armazéns continuam cheios. Numa cooperativa de Maringá, o estoque do produto atualmente está 15% maior do que no mesmo período do ano passado.
Mesmo com a boa oferta o preço do milho vem subindo. Esta semana a saca foi vendida em Maringá por R$ 17,80, uma alta de 20% em 30 dias. O agricultor Antônio Cícero acompanhou de perto a recuperação do preço. Ele vendeu metade do milho da safrinha passada. A outra metade ele vai guardar. “Se tiver algum contratempo como geada. Provavelmente, vamos comercializar o restante no final do ano”, afirma ele.
O agricultor Sidney de Melo também vai esperar para vender o milho armazenado desde o ano passado. “Tem uma boa parte que eu não vou vender. Estou esperando o preço melhorar no decorrer deste ano”, diz ele.
O chefe de comercialização da cooperativa explica porque o preço melhorou nos últimos dias. “A partir de março, com o início da implantação da safra de inverno, o mercado percebeu o risco desta safra não ser suficiente para completar a demanda. Desde então, o preço a fazer uma curva de alta”, explica.
No estado, a área de milho safrinha diminuiu 17% este ano. O agricultor Lázaro de Longhi plantou uma área 40% menor e investiu menos na lavoura. Ele estava preocupado com o preço baixo e a falta de chuva. “Ano passado a gente investiu bastante e vendeu muito barato. E com esse ano eu fiquei medo de investir”, conta.
A chuva dos últimos dias melhorou a condição das lavouras, só que a área vai permanecer a mesma porque não há mais tempo de plantar milho no Estado. Mesmo com essa reação, as cotações do milho no Paraná estão no mesmo nível de abril do ano passado.