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Milho em alta

Preços em alta e demanda aquecida nos mercados doméstico e internacional prometem fazer com que os produtores do RS apostem no milho.

crops in the heartland — Image by © Royalty-Free/Corbis
crops in the heartland — Image by © Royalty-Free/Corbis

Os gaúchos, mais uma vez, devem se render ao plantio de soja e milho. Preços em alta e demanda aquecida nos mercados doméstico e internacional prometem fazer com que os produtores retomem a intenção de milho verificada em 2010. Pela projeção da Emater-RS, com base no levantamento feito junto a 311 municípios do Estado, o milho é a cultura que mais deve se expandir no ciclo 2011/2012, com perspectiva de área semeada de 4,86%, passando para 1.154.870 hectares.

Os números, apresentados na Expointer pelo presidente da Emater-RS, Lino De David, e pelo secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, reforçam uma tendência que vem sendo verificada já há alguns anos pelos técnicos da extensão rural: cada vez mais o milho vem ganhando espaço em áreas tradicionais ocupadas pela soja, essencialmente no Planalto Médio e nas Missões, enquanto parte do plantio da oleaginosa está migrando para áreas localizadas na Metade Sul do Estado, especialmente Pelotas.

“Esse fenômeno não é novo, mas vem ganhando força nos últimos anos”, destacou De David. Segundo o dirigente, embora o risco de estiagem na Metade Sul seja mais forte, a soja, por suas características, apresenta maior resistência à seca, o que pode reduzir a possibilidade de prejuízos, quando o Estado for novamente atingido pela estiagem. Para a soja, o levantamento da Emater-RS indica um equilíbrio, com uma variação positiva de 0,88%, alcançando 4.107.111 hectares.

Os altos estoques de arroz, as dificuldades na comercialização da safra passada e preços defasados abaixo das médias estimulam o produtor a reduzir a área plantada em 5,64%, devendo o cereal ocupar 1.104.829 hectares.

Ontem, em visita à feira, o diretor de Comercialização Agrícola do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos, ouviu dos arrozeiros uma série de reivindicação para tornar a atividade mais rentável. Um dos pedidos é por mais alternativas para a produção, tais como o uso do cereal na fabricação da ração animal, cujo aval para o primeiro leilão de Pepro deve sair nos próximos dias. Através desta modalidade, a meta é escoar 500 mil toneladas do produto. Por meio de outros mecanismos como PEP e AGF foram comercializados outras 2,5 milhões de toneladas do cereal.

Em relação à produção dos grãos de verão no Estado, o levantamento mostra que a produção total deve apresentar uma queda de 10,23%, passando de 26,51 milhões de toneladas para 23,80 milhões de toneladas.