Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Insumos

Milho no Brasil

Segunda safra de milho coloca Brasil em situação privilegiada no cenário internacional. Odacir Klein fala sobre a produção do cereal.

Milho no Brasil

O que fazer com a produção de milho safrinha? Hoje, o conceito de segunda safra de milho já se consolidou e o termo safrinha apenas é lembrado pelas iniciativas feitas há mais de uma década em diversos estados brasileiros. Odacir Klein, presidente-executivo da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel), destaca um “detalhe” inquestionável quando o debate são os investimentos maciços feitos nessa época de plantio. “A produção da safra de verão de milho deverá chegar a 37 milhões de toneladas. Já a da segunda safra chegará a 27 milhões. Temos um consumo interno de 50 milhões de toneladas de milho. Ora, sem a segunda safra, teríamos uma carência de 13 milhões de toneladas do cereal”, pontua.

Klein ainda reforça que a segunda safra de milho é fundamental para o abastecimento do país e para que sejam criados excedentes exportáveis. Somente em Mato Grosso, principal estado produtor, a produção chegará a 9,4 milhões de toneladas, ultrapassando o Paraná, no patamar de nove milhões de toneladas. Mesmo antes de semeado, o milho segunda safra, que começará a ser plantado após a colheita da soja no estado de Mato Grosso, tem expressiva parcela já vendida. Entre os principais mercados consumidores, destaque para Arábia, Colômbia e Coreia do Sul.

Nesse cenário, entre as previsões apontadas por Odacir, estão o aumento da demanda por proteínas animais, o crescimento do volume de milho para etanol, aumentos expressivos da produtividade e três situações que deverão ocorrer no mercado internacional: a China aumentará as importações, a Argentina buscará agregar valor ao cereal, transformando o milho em combustível e em rações para aves, e os Estados Unidos passarão por um cenário competitivo entre o milho destinado para etanol e a quantidade do cereal que deverá ser destinada às exportações.

Liderança na produção – Parte dessa conjuntura será comum ao Brasil, na visão do produtor rural e prefeito do município de Lucas do Rio Verde-MT Marino José Franz. “O Mato Grosso deverá agregar valor ao produto. Temos um potencial muito grande, mas temos também que diversificar nossa produção, viabilizando o segmento de carnes. Essa será a principal maneira de viabilizarmos nosso principal negócio, a agricultura”, disse. E em uma situação semelhante aos Estados Unidos, maiores produtores de etanol a partir do milho, Marino destaca que a falta de logística de Mato Grosso levará o Estado a investir nessa possibilidade. “Reproduzo aqui uma afirmação do ex-governador, Blairo Maggi: iremos produzir etanol a partir do milho”, destacou.

O prefeito apresentou em painel sobre o escoamento da produção do milho segunda safra dados que colocarão o estado de Mato Grosso na liderança da produção agrícola. “Mato Grosso é a única região viável para o plantio da segunda safra em escala no mundo”, afirmou. A projeção de Marino Franz é que a produção de milho ultrapasse as 16 milhões de toneladas em 2014, com mais 10 milhões de hectares de área sendo incorporados à agricultura provenientes de pastagens. “Não haverá estrada para suportar essa produção. É sete vezes mais em conta transportar frango do que milho. Por isso, o setor de carnes viabilizará nosso principal negócio”, antecipou.

Diante desse contexto, o prefeito reforçou o crescimento do município proporcionado pela agricultura. De R$ 106 mil em 1996, o PIB subiu para R$ 1,3 milhão em 2011. “O próprio Brasil não conhece o potencial do nosso estado. Ou temos opções concretas para melhorias na logística de transporte, com a viabilização de ferrovias para nos ligar ao Pacífico, ou teremos realmente que investir em consumo”, frisou. Hoje, o custo do frete de grãos até o porto mais próximo representa mais de 45% do valor obtido pela venda de uma tonelada de grãos. Já em Ponta Grossa, esse valor representa apenas 8%.

Dourados-MS sediará próxima edição

Em assembleia realizada no final da tarde desta terça-feira, 22, foi definida a próxima cidade que sediará o Seminário Nacional de Milho Safrinha: Dourados-MS. O evento será uma promoção da ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo) e terá a realização da Embrapa Agropecuária Oeste, sediada no mesmo município. O pesquisador Gessi Ceccon será um dos responsáveis pela realização da próxima edição do seminário.

O XI Seminário Nacional de Milho Safrinha, promovido pela Fundação Rio Verde e ABMS (Associação Brasileira de Milho e Sorgo), é uma realização da Fundação Rio Verde, com patrocínio da Aprosoja, Cearpa, Sicredi, Nitral Urbana, Bayer, Basf, Syngenta, Pioneer, FMC, Dekalb e Bio Gene. Apoiam o evento o Sindicato Rural e a Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde.

Mais informações no site
www.seminariomilhosafrinha.com.br.