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Milho: oferta menor

O plantio da segunda safra do grão ainda está indefinido no País.

Da Redação 05/01/2004 – 06h40 – Os baixos preços milho em 2003 causaram um cenário de indefinição para o plantio da safrinha neste início de ano. O governo prevê a manutenção da área, mas analistas e representantes do setor prevêem desde a redução a até o aumento de da área cultivada.

Embora os preços do milho tenham sido remuneradores em 2003, a rentabilidade ficou aquém do esperado. Em novembro do ano passado, por exemplo, a saca era negociada em Goiás a R$ 15,40, ou 33,4% abaixo do registrado em igual período do ano anterior. Em São Paulo, a saca de 60 quilos foi vendida a R$ 18,40, preço 28,3% menor que o apurado em novembro de 2002. “O preço é um fator determinante para o plantio. Na melhor das hipóteses, será mantida a mesma área do ano passado, que foi de 3,1 milhões de hectares. No pior cenário, a área cai 5%”, afirma o analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, para quem o agricultor deve trocar a safrinha de milho pelo sorgo, aveia ou pastagens. A queda de área deve ser mais acentuada em Goiás e São Paulo, onde o plantio da soja precoce (que precede o do milho safrinha) atrasou, o que pode, agronomicamente, inviabilizar o cultivo do milho de inverno.

Para Paulo Cau, gerente de milho e sorgo da divisão de sementes Agroceres, da Monsanto, a redução de área em Goiás e São Paulo deve ser compensada pelo crescimento no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraná. “No geral, a área cultivada deve ser igual ou 5% superior à de 2003”, afirma.

Ele diz que o milho deverá crescer sobre áreas de sorgo. “A oferta de sementes de sorgo é pelo menos 15% menor que a demanda, em razão do inverno rigoroso que prejudicou as plantações de sorgo para semente. Quem procurar cultivares em janeiro já não deve encontrar”, afirma Cau.

De acordo com Renato Miranda, gerente da Syngenta, as vendas de sementes estão mais lentas neste ano em razão do atraso do plantio da soja precoce em algumas regiões. “São casos isolados, no geral as vendas estão dentro do esperado”, afirma.

Oferta menor

O milho safrinha é a aposta do governo brasileiro para contrabalançar a queda da área plantada de milho no verão (1 safra) e manter o equilíbrio da oferta interna, uma vez que o grão é o mais importante componente da ração de aves e suínos.

Na primeira safra, o governo prevê uma área 2,6% menor, de 13 milhões de hectares. Com isso, a colheita deverá cair 6,1%, para 32,6 milhões de toneladas no verão, de acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), feito em dezembro.

Na segunda safra, a Conab prevê manutenção da área e da produção em 3,5 milhões de hectares e 12,8 milhões de toneladas, respectivamente. Se mantido esse cenário, a oferta total do grão deve cair 4,6%, para 45,4 milhões de toneladas.