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Milho: Receita cresce 80%

Pelo segundo ano consecutivo o grão vem sendo o grande destaque da pauta de exportações de Mato Grosso e ocupa 2° lugar.

Milho: Receita cresce 80%

O milho já é o segundo produto mais importante da pauta mato-grossense de exportações. Na comparação entre a receita acumulada de janeiro a setembro deste ano ante igual período do ano passado, há incremento de 80%, enquanto que o volume físico aumentou em apenas 17%. Em cifras, as exportações passaram de US$ 651 milhões para US$ 1,16 bilhão. Em volume, foram 3,62 milhões de toneladas para atuais 4,24 milhões de toneladas.

O grão que até pouco tempo atrás era produto destinado ao consumo interno, pela falta de competitividade entre o preço internacional e o custo logístico mato-grossense, agora se torna a grande vedete do consumo e transforma Mato Grosso em um grande fornecedor mundial do cereal. Estoques mundiais baixos, aumento na demanda internacional por carnes – o milho em geral é utilizado para fabricação de rações para suínos, aves e bovinos – e o maior apetite interno, sustentam preços elevados. “Há uma forte demanda pelo grão, seja no mercado externo quanto no interno e no doméstico. A concorrência pelo milho mato-grossense está cada vez mais acirrada”, aponta o gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.

O Irã é o maior consumidor do milho estadual. Sozinho importou cerca de 30% de tudo que já foi embarcado nos últimos nove meses. O grão é utilizado como ração animal, já que o país é um grande consumidor de carnes.

Desde o ano passado, o cereal – refletindo o tamanho do apetite do mercado internacional – superou o complexo carnes (aves, suínos e bovinos), que até então, só perdia para o complexo soja (grão, óleo e farelo). O grão cultivado como opção de segunda safra detém atualmente 14% de participação no total embarcado pelo Estado durante os nove meses desse ano, que contabiliza US$ 8,20 bilhões.

A receita com as exportações de milho nos nove meses deste ano representam mais 87% do total comercializado nos dozes meses de 2010. Neste ano já são US$ 1,16 bilhão, ante o total de US$ 1,33 bilhão do ano passado.

Como observa Latorraca, as exportações de milho registradas em agosto e setembro deste ano foram as maiores registradas em toda série do comércio internacional do cereal em Mato Grosso. Mais de 1 milhão de toneladas foram embarcadas em cada um desses meses. “Isso prova que o mercado, seja internacional ou nacional, estava esperando pelo milho de Mato Grosso. E olha que essa cultura não é o carro-chefe do Estado”. Mato Grosso é o maior produtor de soja, algodão e milho segunda safra do Brasil e detém também o maior rebanho de bovinos do país.

Os recordes mensais, conforme avaliação do Imea, refletem o represamento da safra 2011 do milho no Estado. O milho teve um plantio tardio, em razão do atraso no cultivo da soja, ainda no segundo semestre de 2010. Por se tratar de um cultivo de segunda safra, o milho é plantado na medida em que se colhe a soja. A estiagem retardou a semeadura da soja e assim a maturação também levou mais tempo. “O movimento forte de embarques ainda em setembro ilustra bem a necessidade do mercado, o atraso da safrinha e ratifica a posição de destaque do Estado no comércio mundial”, defende Latorraca.

Destaque – Tendo como referência os embarques de agosto, o recorde estadual, o Imea destaca que o volume exportado de milho apresenta um histórico relativamente maior se comparado com outros estados do país. Em agosto, o volume exportado pelo Estado foi de 1,12 milhão de toneladas, de um total de 1,52 milhão de toneladas exportadas pelo Brasil, ou seja, 73%, tendo o volume total exportado pelo país aumentado em 0,33 milhão de toneladas com relação a agosto passado. Em um período de 20 meses, apenas em cinco, o volume exportado de outros estados foi maior que o de Mato Grosso, como no mês de outubro de 2010, quando o volume exportado pelo Estado foi de 0,75 milhão de toneladas (47%), e o volume exportado por outros estados foi de 0,83 milhão de toneladas (53%), de um total de 1,58 milhão de toneladas.