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Milho transgênico ocupa 15% da área no Paraná

O governo estadual já estuda medidas para desestimular o cultivo do cereal GM nas próximas safras.

Redação (19/03/2009) – Cerca de 15% da área paranaense de milho safrinha será coberta com sementes transgênicas, segundo o secretário da Agricultura do estado, Valter Bianchini. “É uma parecela expressiva da produção da segunda safra”, avalia. Tanto é verdade que o governo estadual já estuda medidas para desestimular o cultivo do cereal GM (geneticamente modificado)nas próximas safras, a exemplo do que acontece com a soja transgênicas. “Não queremos impedir o avanço dos transgênicos, mas sim garantir o direito de quem quer plantar sementes convencionais”, argumenta. De acordo com o secretário, como esta é a primeira safrinha em que o cultivo do milho Bt está liberado, o governo irá, em um primeiro momento, apenas monitorar as lavouras GM, “principalmente a questão da polinização cruzada”. “Mas já é preciso pensar na questão da armazenagem, da rastreabilidade, em como segregar essa produção”, considera.
 
Segundo ele, resistente à tecnologia, a indústria já se articula para barrar o avanço dos transgênicos. A idéia é conceder ao milho convencional um prêmio, ou seja, um preço diferenciado, mais atrativo, como já acontece na soja. “Os jornais falam que se paga um prêmio de cerca de R$ 0,50 pela soja convencional, mas nós sabemos que esse adicional pode chegar a até R$ 2 por saca em algum casos”, declara o secretário. De acordo com Bianchini, o estado quer ser referência na produção de soja e milho convencionais, mas convive, por força da legislação, com outras tecnologias. O milho BT, considera o secretário, é uma tecnologia que está legalmente nos campos, mas que foi aprovada de maneira precipitada. “Faltou avaliar mais a fundo as questõesambientais e de saúde”, afirma. O Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) prevê o cultivo de 1,55 milhão de hectares com milho safrinha no Paraná. No ano passado, o estado destinou ao cereal de segunda safra 1,59 milhão de hectares e a produção, prejudicada por geadas tardias, foi de 3,8 milhões de toneladas. Em 2009, com clima favorável, o Paraná pode, segundo o Deral, colher uma safra 12,5% maior, de até 6,4 milhões de toneladas.