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Ministério tenta garantir o abastecimento de milho

O governo deve anunciar, nos próximos dias, medidas que dêem sustentabilidade aos preços do milho durante a colheita da safrinha.

Da Redação 07/01/2003 – O governo deve anunciar, nos próximos dias, medidas que dêem sustentabilidade aos preços do milho durante a colheita da safrinha. A intenção é garantir o abastecimento do cereal, que poderá sofrer perdas de produção em razão do atraso do plantio de verão, aumentado a suscetibilidade do grão às adversidades climáticas durante a safrinha.

Na próxima semana, haverá reunião do setor produtivo com técnicos do Ministério da Agricultura. Na ocasião, o governo deve começar a trabalhar também um plano de longo prazo para a reestruturação da cadeia do milho. “O problema da demanda e oferta se repete cronicamente, por isso precisamos reduzir a instabilidade permanente da produção de milho”, disse o secretário de política agrícola do ministério, Ivan Wedekin. “Entre uma safra e outra, a produção pode variar até 40%.”

O secretário diz que o governo quer incentivar uma reestruturação da cadeia, buscando um “padrinho” para o setor, ou seja, que o milho seja uma commodity financiada do mesmo modo que a soja, por multinacionais e empresas de insumos, por exemplo. Segundo Wedekin, os produtores de milho precisam ter uma relação de venda antecipada, seguindo os moldes da soja, que garanta o preço e não fiquem suscetíveis às mudanças nos valores pagos conforme a entrada ou não da safra. “Este é um desafio para ser resolvido até o próximo ano.”

Para esta safra, o secretário afirmou que o governo deve anunciar medidas de incentivo ao plantio no Norte e Nordeste e também da safrinha do Centro-Sul, cujo plantio ocorre entre janeiro e março. O governo, disse ele, pode estudar aumento de crédito para o plantio e lançamento de contratos de opção.

Pelas estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o quadro de oferta e demanda de milho será bastante ajustado, com safra de 37 milhões de toneladas e consumo de 36,3 milhões, mais exportação de 1 milhão de toneladas, com necessidade de 600 mil toneladas compradas do exterior.

O secretário garantiu, no entanto, que nenhum grão será importado sem que sejam cumpridas as leis. Fontes do ministério da Agricultura informaram também que, se o câmbio favorecer as exportações, o governo não irá tomar medidas de contenção.