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Monsanto reduz royalty da soja transgênica

<p>O valor caiu 40%, de R$ 0,50 por quilo de semente para R$ 0,30 e equivale a 1% do preço da saca de soja colhida.</p>

Redação (29/09/06)- A multinacional americana Monsanto mudou o sistema de cobrança dos royalties sobre a venda de sementes certificadas de soja transgênica com a tecnologia Roundup Ready nesta safra 2006/07. O valor caiu 40%, de R$ 0,50 por quilo de semente para R$ 0,30 e equivale a 1% do preço da saca de soja colhida. Em comunicado, a empresa informou que a medida visa “estimular o uso de sementes legais nas lavouras”.

A empresa também definiu duas taxas de indenização sobre o uso de sementes contrabandeadas ou multiplicadas pelos produtores (as chamadas sementes salvas). A taxa será de 2% sobre o valor da saca de soja colhida e vendida até maio de 2007, e de 2,7% a partir de junho. No ciclo 2005/06 a taxa única era de 2%.

Ywao Miyamoto, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), diz que não só os royalties, mas os preços das sementes transgênicas de modo geral estão mais baixos este ano. O valor médio pago pelo quilo da semente de soja transgênica caiu de R$ 1,25 para R$ 0,80 – queda de 36%. “As vendas estão muito paradas e o custo de produção caiu. São dois fatores que levam as indústrias de sementes a reduzir os preços”.

Ivo Carraro, presidente da Associação Brasileira dos Obtentores Vegetais (Braspov), observa que o grão representa 70% do custo de produção da semente. “Os preços da semente e do grão estão sempre estreitamente relacionados”, observa. As entidades estimam que a oferta de sementes transgênicas no ciclo 2006/07 vai crescer de 3 milhões para 7 milhões de sacas de 45 quilos.

“Este ano a oferta de sementes transgênicas certificadas está normalizada e com a grande oferta os preços tendem a se igualar ao das sementes convencionais”, afirma Carraro.

Miyamoto, da Abrasem, disse que, apesar dos preços mais baixos, as vendas de sementes continuam paralisadas no país. Ele observa que o Banco do Brasil e as tradings – principais financiadores de insumos aos agricultores – restringiram a oferta de crédito e as indústrias de sementes estão reticentes em vender o produto para pagamento após a colheita. “Estamos mais interessados em receber o que já vendemos nas duas safras anteriores do que em vender”.

A Embrapa, por sua vez, pretende elevar o valor do royalty das sementes transgênicas. Segundo José Roberto Rodrigues Peres, chefe geral da Embrapa Transferência de Tecnologia, a taxa vai passar de 3% para 5% sobre o valor da saca de soja colhida. A empresa recebeu R$ 14,5 milhões em royalties na safra 2005/06 com a venda de soja geneticamente modificada. “Os produtores procuram mais a semente transgênica do que a convencional, mas é preciso saber como fica a demanda no Rio Grande do Sul para avaliar a demanda real”, diz.