Da Redação 04/11/2002 – A suinocultura sul-matogrossense, assim como o segmento da avicultura de postura, corre o risco de ficar sem milho, alimento básico de suínos e aves por conta da escassez do produto em todo o País. Se o problema realmente se configurar, vai representar sérias dificuldades para indústrias e produtores do Estado.
Por isso, o governador José Orcírio Miranda dos Santos, no encontro que terá com o presidente Fernando Henrique Cardoso, na quarta-feira desta semana, deverá solicitar o seu apoio junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa -, para que o milho estocado nos armazéns da Conab em Mato Grosso do Sul não seja removido ou vendido para outros Estados, sob pena de prejudicar seriamente a suinocultura e a avicultura de postura do M,S que necessita do produto para alimentação de suínos e aves.
Um documento foi enviado na semana passada, assinado pelo secretário da Produção de MS, José Antônio Felício, no qual é solicitado ao ministro Marcus Vinícius Pratini de Morais, do Mapa, solicitando que o milho dos armazéns da Conab/MS permaneçam no Estado. Conforme consta no documento, “diante da iminência de desabastecimento de milho para atender nossa agroindústria, uma vez que os produtores de suínos e de aves estão praticamente sem estoques desse produto, solicitamos de Vossa Excelência a suspensão da remoção e/ou venda de parte dos estoques da Conab para outras Unidades Federativas, destinando 117 mil toneladas existentes para consumo local”.
Conforme explicou ao Correio Rural o superintendente de Políticas de Desenvolvimento Econômico da Secretaria da Produção, Ermínio Guedes dos Santos, até dois meses atrás haviam estocadas nos armazéns da Conab instalados em território sul-matogrossense aproximadamente 300 mil toneladas de milho. Atualmente, são apenas 117 mil toneladas, ou seja, 183 toneladas de milho foram removidas para outras unidades armazenadoras fora do Estado. “Nós acreditamos que as 117 mil toneladas que estão hoje armazenadas atendam a demanda da suinocultura regional e da avicultura de postura. Acreditamos também que a avicultura de corte, por meio do sistema integrado produtor/agroindústria, esteja abastecida. Mas precisamos assegurar que esse volume de milho permaneça no Estado, sob pena de desabastecimento e prejuízos para os produtores de suínos e aves e as agroindústrias desses setores”, afirmou Ermínio Guedes.