A maior safra de soja da história de Mato Grosso, que pode chegar a 19 milhões de toneladas, segundo projeção da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), já começou a ser colhida em algumas regiões do Estado. Sapezal e Campos de Júlio, na região oeste, e Sorriso e Ipiranga, no médio norte, largaram na frente e iniciaram a colheita dos primeiros talhões do ciclo 2010/2011. O maior atraso este ano ficará por conta das regiões sul e leste, que iniciaram o plantio mais tarde devido à estiagem prolongada e só devem começar a colher a partir do próximo dia 20.
A soja que começou a ser colhida foi plantada com relativo atraso, no final de setembro e começo de outubro. “Plantamos no final de setembro e, apesar da falta de chuvas, estamos alcançando um bom rendimento no plantio das sementes superprecoce”, na casa de 48 sacas por hectare. “Não é a produtividade ideal, mas não é ruim, principalmente se levarmos em conta que foi plantada em um período de seca”, conta o produtor Moacir Ticianelli. Segundo ele, as perdas foram insignificantes e serão compensadas com ganho de preço e na produtividade da segunda safra.
De acordo com a Aprosoja/MT, a safra de soja superprecoce, plantada no final de setembro, representa entre 1% e 2% da área plantada, cerca 100 mil hectares. Já a área de precoce responde por 10% da área (620 mil hectares), a de ciclo normal 19% (1,17 milhão de hectares) e, semiprecoce, 70% (4,34 milhões de hectares). No total, foram plantados cerca de 6,2 milhões de hectares, com expectativa de colheita entre 18,7 milhões de toneladas e 19 milhões de toneladas. Na última safra foram colhidas 18,7 milhões de toneladas.
Carlos Fávaro, diretor administrativo da Aprosoja/MT, informou que a soja colhida agora dará lugar ao plantio da safrinha de algodão, no mês de janeiro. Ele prevê um período mais intenso de colheita entre os dias 20 de janeiro a 10 de fevereiro. O encerramento está previsto para o mês de março para os últimos talhões de soja plantados ainda em 2010.
Com lavouras em várias regiões do Estado, o grupo Scheffer dará largada esta semana à colheita de soja superprecoce. “Estamos nos preparando para iniciar a colheita nas regiões de Sapezal e Campos de Júlio”, informa Guilherme Scheffer. A previsão dele é concluir a colheita da soja superprecoce até o final deste mês e, o restante, em fevereiro.
Outras regiões que também já estão se preparando para a colheita são Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. “Também estamos nos preparando para colher a partir da próxima semana”, conta o agrônomo Fernando Neves.
Outras regiões, contudo, devem atrasar a colheita, refletindo os problemas de início da safra, quando o solo estava seco. É o caso de São José do Rio Claro, por exemplo, que só deve iniciar o trabalho em meados deste mês.
“Não temos ainda informações de produtores que já iniciaram o plantio em nossa região, inclusive em Nova Mutum e Lucas”, informa o agrônomo Agmar Lima, que presta assistência técnica a produtores do médio norte de Mato Grosso. Em Nova Mutum são 11 mil hectares de superprecoce plantados nesta safra e um total de 350 mil hectares plantadas no ciclo 10/11. Lima acredita que a colheita da soja de ciclo normal, plantada em outubro, deve começar em fevereiro.
Outra região que deverá atrasar o início da colheita é o sul-mato-grossense. Rondonópolis, Pedra Preta e Itiquira deverão começar a colher só após o dia 20, segundo informações de Sandro Becher, gerente da Guimarães Agrícolas, de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá).