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Nova configuração para as commodities agrícolas

<p>A demanda por milho para uso energético nos EUA deve crescer 116% em cinco anos, reduzindo a disponibilidade do grão para exportações em 18% e para o uso como ração animal em 2% neste período. E o que este cenário representa não só para os EUA, mas, principalmente para o Brasil?</p>

Redação (26/01/07) – Segundo as projeções do Instituto de Política Agrícola e de Alimentos da Universidade de Missouri nos Estados Unidos, a demanda por milho para uso energético no país deve crescer 116% em cinco anos, reduzindo a disponibilidade do grão para exportações em 18% e para o uso como ração animal em 2% neste período. Somente entre as safras 2004/05 e 2006/07, de acordo com dados do Departamento de Agricultura americano, o uso do milho para produção de etanol passou de 33,6 para 54,6 milhões de toneladas.

E o que este cenário representa não só para os EUA, mas, principalmente para o Brasil?

A elevação do preço destes grãos impacta fortemente no custo da ração nos EUA e a expectativa da continuidade do crescimento da demanda por milho pelo setor energético deverá manter estes preços em um patamar mais alto em 2007 que em 2006.

Com os custos de produção onerados, os EUA passam a perder competitividade das suas carnes no mercado internacional. Os primeiros levantamentos de alojamentos de matrizes de corte de frango no EUA, por exemplo, indicam queda média de 0,6% nas últimas semanas de 2006 em relação ao mesmo período de 2005. A produção de ovos para incubação de pintos de corte no país permaneceu menor que no ano anterior, mostrando que a produção de carne em 2007 ano deve perder força. Esta queda nos alojamentos deriva não só da elevação do preço dos insumos como, também, da redução dos preços do produto no mercado americano.

Para o Brasil, isto significa fortalecer-se não só nos mercados de soja e derivados como no de milho e abrir vantagem frente aos EUA no mercado internacional de carnes, no qual o país é um dos nossos maiores competidores.

O ano de 2007, portanto, é um ano importante no que se refere à concretização desta nova configuração no mercado de commodities agrícolas, no momento que entrarão em operação boa parte dos investimentos em novas plantas produtoras de etanol nos EUA, quantificando a real demanda pelo milho naquele país e o patamar de preços do cereal para o qual a produção do biocombustível permanecerá viável.

De qualquer forma, 2007 será para o Brasil um ano para se estabelecer diretrizes de médio e longo prazos no que se refere aos mercados de grãos e carnes.

* analistas da MBAgro da MB Associados

Trecho de artigo publicado no Anuário 2007 da Avicultura Industrial