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Nova projeção de plantio nos EUA valoriza a soja

O resultado foi a reação dos preços na Bolsa de Chicago e, consequentemente, nas praças de negócios mundiais, como o Rio Grande do Sul.

Redação (01/04/2009) – Um dos levantamentos mais importantes para o mercado de soja, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado ontem, revelou que os agricultores americanos devem plantar uma área menor do que a esperada pelo mercado – apesar de ser um recorde. O resultado foi a reação dos preços na Bolsa de Chicago e, consequentemente, nas praças de negócios mundiais, como o Rio Grande do Sul.

Enquanto a expectativa era de que os norte-americanos plantassem 32,07 milhões de hectares, a informação oficial trouxe uma área de 30,77 milhões de hectares.

Levando em conta a tendência de produtividade apontada pelo USDA, isso pode significar 3,5 milhões de toneladas a menos do que o esperado no mundo, calcula a consultoria Agência Rural. Em Chicago, a valorização foi de 5,25% ontem, e os contratos para maio fecharam com preço de US$ 9,52 o bushel (27,21 quilos).

Ontem, as cooperativas gaúchas pagavam R$ 42,50 por saca de 60 quilos de soja, mas o analista Antônio Sartori, da Brasoja, acredita que o mercado local operará entre R$ 43 e R$ 44 a saca hoje. No mesmo período do ano passado, o preço médio da saca, segundo a Emater, era de R$ 39,34."Por enquanto, ainda estamos com muito pouca venda, porque a colheita está recém-iniciando no Estado. E como os números do relatório são otimistas, o produtor está vendo que pode ganhar mais", acrescenta Sartori.

Para o consultor, e também para o gerente de grãos da Cooplantio, Marcelo Faria, o risco para o mercado agora é a Argentina, que tem 7 milhões do grão retidos por questões de imposto. Se houver acordo entre o campo e o governo argentino para redução da alíquota, essa situação pode se reverter. "Se a Argentina desovar os estoques, o mercado pode até cair, apesar do comportamento de alta de Chicago", diz Faria.

No noroeste gaúcho, há três anos o produtor rural Rogério Auler, 65 anos, acompanha pela internet a safra norte-americana. "Quanto menos eles plantarem, mais vai valorizar o preço no mercado. Não vai ter estoque superalto, que pressiona o preço para baixo", comenta o sojicultor, presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo, que deve começar a colher neste fim de semana a soja que plantou em 603 hectares, no município de Vitória das Missões.