Os produtores do Cerrado da Bahia, uma das fronteiras agrícolas do país, devem colher quase 8 milhões de toneladas de grãos na safra 2011/12, o que significa um aumento de 13% sobre a temporada passada.
Se confirmada, a produção projetada na sexta-feira pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), será a maior já registrada no oeste baiano, região onde a agricultura profissional começou a se desenvolver há pouco mais de 20 anos.
Ao todo, a Aiba calcula que o valor bruto da produção (VBP) da região deverá ficar próximo de R$ 6,4 bilhões, um crescimento de 6% sobre o resultado obtido na temporada anterior. Juntos, soja e algodão respondem por mais de 75% desse valor.
Segundo o levantamento da associação, com sede em Barreiras, a área cultivada na região deve crescer 10% e chegar à marca de 1,9 milhão de hectares. Mais da metade, cerca de 1,1 milhão de hectares, está ocupada com soja – um aumento de 5% em relação à safra 2010/11.
No entanto, a produção da oleaginosa deve cair 1%, para cerca de 3,65 milhões de toneladas, reflexo de uma redução na produtividade média esperada – de 56 para 53 sacas por hectare.
O plantio de algodão deve aumentar mais uma vez, embora em ritmo inferior ao observado no passado. A expectativa é de que a área destinada à pluma seja próxima de 386 mil hectares, uma expansão de 4% – nada que se compare ao aumento de 51% na safra passada.
De acordo com a Aiba, o avanço mais lento reflete a retração dos preços, que haviam alcançado níveis sem precedentes entre 2010 e 2011. Se o clima for favorável, os cotonicultores projetam uma colheita de cerca de 1,53 milhão de toneladas da pluma, 2% a mais que na safra 2010/11.
O milho foi, de longe, a cultura que mais cresceu na região neste ano. Impulsionada pelo aumento dos preços da commodity no mercado internacional, a área ocupada com a cultura aumentou em 59% e totalizou 243 mil hectares. No entanto, a Aiba pondera que a área de milho, hoje correspondente a 12% de toda a área plantada na região, ainda está abaixo da recomendação técnica para a rotação de culturas, algo entre 25% e 33%.
Ainda segundo a Aiba, culturas como eucalipto, café, feijão, frutas e pastagens ocupam, juntas, uma área pouco superior a 100 mil hectares.