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Oferta de milho no Brasil vai depender da safrinha

<p>No ano que vem, País terá a maior dependência da segunda colheita do grão desde 2003.</p>

Redação (07/11/06) – A produção de milho na temporada 2006/07 terá a maior dependência da segunda safra do grão – cujo cultivo ocorre em fevereiro e março – dos últimos três anos. Entre 25% e 30% da colheita total do cereal virá da safrinha, que pode ser recorde.
 
Levantamento divulgado ontem pela consultoria Céleres mostra que a área cultivada com a segunda safra de milho será 10,1% maior do que a da temporada anterior, somando 3,1 milhões de hectares. Nas previsões iniciais da Céleres, a colheita seria de 10,6 milhões de toneladas, a maior em três anos. “Teoricamente pode ser ainda maior, depende do clima”, diz Leonardo Sologuren, da Céleres.

Se não houver adversidade, o País poderá colher a maior safrinha de milho dos últimos anos, de até 13 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. “Mas ainda é cedo para termos uma real visão do abastecimento para o ano que vem”, avalia Paulo Molinari, analista desta consultoria. Sologuren acrescenta que qualquer produção abaixo de 9 milhões de toneladas poderá provocar “estresse” no mercado.
 
Segundo a Céleres, haverá aumento de área na segunda safra do grão porque muitos produtores do Centro-Oeste vão cultivar soja precoce, para fugir da ferrugem asiática, sobrando espaço para o plantio da safra. Além disso, a redução na área do cultivo de verão estimulará os preços para o primeiro semestre do ano que vem, que devem ficar em patamares próximos aos da entressafra, o que pode influenciar na intenção de plantio da segunda safra de milho.

Atualmente, de acordo com a Safras & Mercado, o grão é comercializado a R$ 18 a saca no Paraná. Molinari acredita que as cotações se mantenham entre R$ 15 e R$ 17 a saca, mesmo com a colheita de verão – neste mesmo período da safra passada o grão era vendido a R$ 11 a saca no Paraná.
 
“A safrinha é balizadora dos preços”, diz Sologuren. Além disso, segundo ele, na virada do ano os estoques serão menores – 7% do consumo, quando o ideal seriam 12% – e atualmente as cotações internacionais estão em alta, o que estimularia o crescimento dos valores pagos internamente. “Com certeza, em 2007, os preços médios serão superiores aos praticados neste ano”, afirma o analista da Céleres.