Na última quinta-feira o USDA tornou pública sua primeira estimativa para a safra 2016/2017 de milho nos EUA. Os números surpreenderam o mercado, pois a área estimada de 36,43 milhões de hectares superou as expectativas do mercado em mais de 143 mil hectares. Com a produtividade estimada em 160,6 sc/ha, isso significaria uma produção de 351,17 milhões de toneladas.
Como a demanda pelo milho norte-americano, segundo o USDA, não vai acompanhar o aumento da oferta, estima-se que os estoques finais nos Estados Unidos vão subir para 50,22 milhões de toneladas.
Ao se considerar o mercado interno, espera-se a terceira maior produção da série histórica neste ano em Mato Grosso, e a semeadura em ritmo acelerado está ratificando esta previsão.
Com mais este aumento na oferta mundial do cereal, tempos de novas quedas nas cotações internacionais podem vir, de forma que a manutenção dos preços elevados em MT pode ficar mais refém ainda do dólar.
Algodão
A última semana marcou a conclusão da semeadura dos 576,3 mil hectares estimados a receber algodão na safra 2015/2016 em MT. Há um ano, ainda havia pouco mais de 1% de área sem sementes.
Com a sua conclusão, é possível afirmar que a semeadura teve algumas peculiaridades. Ao ter o início marcado por atrasos, devido a problemas com o ciclo da soja, ela chegou a estar mais de 19 p.p. atrasada ante a safra 2014/2015. Entretanto, com a diminuição das chuvas, foi possível registrar grandes avanços semanais consecutivos, e a semeadura “entrou nos trilhos”, não só tirando o atraso ante os últimos anos, como registrando o término mais adiantado desde a safra 2011/2012. Contudo, nesta última, a área de algodão primeira safra foi de 50,6%, enquanto na safra atual a estimativa é de 23,9%, mostrando que vem sendo viável aumentar a participação do algodão segunda safra, mesmo que acarrete uma menor janela ideal para semear.