Redação (12/12/06) – “Não houve surpresas”, afirmou Fábio Turquino Barros, do Instituto FNP. O analista centrou seu foco nas previsões para o milho, e neste caso o USDA não promoveu quaisquer alterações nas projeções para a safra dos Estados Unidos (2006/07), país que também atravessa uma onda de investimentos na produção de etanol a partir do grão.
Elevou a previsão para a produção mundial, para 692,89 milhões de toneladas, e também ajustou para cima o número para os estoques finais do ciclo, que passou a 92,74 milhões de toneladas. As correções decorreram, principalmente, de um aumento de safra estimado para a Argentina – de 17,5 milhões para 19 milhões de toneladas. A estimativa para a produção brasileira passou de 41 milhões para 42 milhões de toneladas.
Na bolsa de Chicago, os contratos do milho reagiram o suficiente para conter a queda do início do pregão, uma vez que os estoques mundiais, mesmo com o ajuste, permanece em patamar muito baixo. Os papéis para março fecharam a US$ 3,7075 por bushel, em alta de 2,25 centavos de dólar.
Para a soja, os novos números apenas confirmaram previsões anteriores de produção, demanda e estoques mundiais recordes em 2006/07, segundo observou Renato Sayeg, da Tetras Corretora. “Curioso é que os ajustes feitos neste relatório são mais ou menos os mesmos feitos no relatório de dezembro do ano passado”. A safra global foi corrigida de 224,97 milhões para 226,77 milhões de toneladas, a demanda global passou a 222,58 milhões e os estoques finais chegaram a 55,72 milhões. A projeção do USDA para produção brasileira em 2006/07 foi mantida em 56 milhões de toneladas.
Em Chicago, os traders não deram muita importância aos novos números, mas compras motivadas por fatores técnicos consolidaram ganhos recentes, conforme análise da agência Dow Jones Newswires. Os contratos com vencimento em março encerraram a sessão negociados a US$ 6,8275 por bushel, 10,50 centavos de dólar a mais que na sexta-feira.
Para o trigo, finalmente, também não houve forte emoções. “Foi um relatório neutro, como de costume em dezembro”, constatou Vinícius Ito, analista da Fimat Futures. Ele observou, porém, que já há algum temor em relação à umidade menor que o desejável em algumas regiões produtoras americanas. “Isso pode afetar a produtividade, mas não muito. Problemas anteriores com a oferta, como a quebra da Austrália, já foram absorvidos pelo mercado. Também chama a atenção que a demanda permanece aquecida”, disse. Em Chicago, os papéis para março fecharam a US$ 4,90 por bushel, em alta de 4,25 centavos de dólar. (FL)