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Paraná pretende adotar vazio sanitário para combate à ferrugem da soja

<p>O princípio para sua aplicação é que reduzindo o número de plantas hospedeiras durante o inverno, anula-se o efeito ponte-verde, que faz com que o fungo continue se multiplicando no inverno</p>

Redação (11/08/06)-  O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) realizou ontem (09), em Londrina, PR, uma reunião para discutir a formatação do Programa Nacional de Combate à Ferrugem e, em especial, a implantação do vazio sanitário no Paraná. Participaram do encontro, representantes da Embrapa Soja, Seab, Emater, Iapar e UEL.

O vazio sanitário é uma aposta dos pesquisadores para reduzir a pressão do fungo causador da ferrugem asiática em todo o território brasileiro. O princípio para sua aplicação é que reduzindo o número de plantas hospedeiras durante o inverno, anula-se o efeito ponte-verde, que faz com que o fungo continue se multiplicando no inverno e, assim, aparecendo cada vez mais cedo ou com maior intensidade nas lavouras de verão.

A proposta levantada pelas entidades é que o Paraná seja dividido em duas regiões produtoras: no Centro/Sul/Sudeste o vazio sanitário deverá ser de 30 de junho a 30 de setembro e nas regiões Norte/Oeste de 15 de junho a 15 de setembro. As unidades de alerta plantadas com o objetivo de identificar antecipadamente a presença do fungo – também deverão obedecer o período determinado para o vazio sanitário. Estamos no início das discussões, mas a legislação estadual deve começar a vigorar a partir de 2007, adianta Adriana Peres, agrônoma do departamento de fiscalização da Seab.

No Paraná, o cultivo da soja em pivôs durante a entressafra ainda não é uma prática comum, mas essas áreas apresentam a umidade necessária para o fungo continuar se multiplicando, por isso, será necessário proibir em todo o Brasil, destaca o pesquisador Ademir Henning, da Embrapa Soja. Os estados de Mato Grosso e Goiás, onde o problema é mais sério, já implantaram suas legislações estaduais.

A legislação paranaense também deverá prever a obrigatoriedade da destruição das plantas guaxas, aquelas que rebrotam após à colheita ou na beira das estradas. Uma das alternativas para a educação do agricultor proposta pelo grupo prevê que o Mapa apóie a retomada do Programa de Redução de Perdas na Colheita de Soja, onde o Paraná hoje é considerado um estado modelo. Esse programa orienta os produtores na regulagem das máquinas e na condução da operação da colheita. A reunião também foi importante para lançar a base do comitê estadual de combate à ferrugem, aponta José Roberto Viccino, fiscal federal ligado à Superintendência Federal do Mapa no Paraná.