Da Redação 18/02/2005 – Uma parceria entre a administração do porto de Paranaguá e a Conab deverá otimizar o escoamento da soja e reduzir as filas de caminhões no acesso ao terminal, que em anos anteriores chegou a superar 100 quilômetros. Parte do espaço do armazém da Conab em Ponta Grossa, a 200 quilômetros do porto, funcionará como um “pulmão” que irá desafogar o silo que fica na área portuária e tem capacidade para 100 mil toneladas.
“O acordo deverá ser concluído nos próximos dias”, informou Pedro Beskow, secretário de Programas Especiais da Conab. “Não sei se isso acabará com as filas, mas vai minimizar o problema”. Segundo ele, os agricultores que usarem o armazém da Conab terão prioridade na hora do embarque em navios. A parceria deve alterar também o fluxo de caminhões nas rodovias do Estado. A expectativa dos parceiros é de que parte dos veículos seja usado no transporte dos grãos até Ponta Grossa e outra parte entre o armazém e o porto.
Em 2005, o escoamento da safra deverá ser mais lento, porque a queda no preço da soja tem levado os produtores a adiar a venda. Mas essa decisão pode agravar outros gargalos logísticos do país. O assunto foi discutido ontem em Curitiba por produtores, exportadores, transportadores e outros integrantes da cadeia da soja. Beskow disse que a Conab terá R$ 7 milhões em 2005 para investir na rede de 85 armazéns oficiais, quantia idêntica à de 2004, e que mais recursos seriam necessários.
Beskow mostrou que há no Brasil, entre estruturas públicas e privadas, capacidade para armazenar 101 milhões de toneladas de produtos, para uma safra estimada em 131,9 milhões. Como há produtos de safras anteriores estocadas, a dificuldade para encontrar espaço aumenta. No Paraná, a Conab possui cinco silos e planeja reabrir este ano uma unidade frigorífica fechada em 2001, para ser usada principalmente para guardar frangos. Atualmente, 69% dos armazéns do país são privados, outros 24% são de cooperativas e 7% são públicos.
O dono da Companhia Brasileira de Logística (CBL), Anderson Fumagalli, que organizou o evento, disse que é preciso trabalhar na construção de uma “logística perfeita”, da colheita ao embarque dos produtos. “Hoje colhe-se e envia-se ao porto, muitas vezes sem venda fechada”, afirmou A CBL é dona de um dos nove terminais privados de Paranaguá e responde por 18% da movimentação de grãos do terminal. Começou a operar em 2000, e em 2005, receberá investimentos de US$ 8 milhões para aumentar em 55% sua capacidade estática de armazenagem, de acordo com o gerente geral da empresa, Washington Viana.