Redação AI 25/08/2003 – O presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Edilson Araújo Santos Júnior, espera importar milho geneticamente modificado após a suspensão dos efeitos da sentença que impedia o plantio e a comercialização da soja geneticamente modificada pela juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal, da 1 Região, de Brasília (DF). Segundo ele, a decisão da desembargadora é muito importante, já que restabeleceu a competência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para liberar importações de culturas transgênicas para consumo animal. E isso permitirá que a avicultura no Estado de Pernambuco possa voltar a crescer.
“Essa decisão é fundamental para o nosso setor. O problema da falta de milho para o Nordeste se arrasta há mais de três anos, desde que, em junho de 2000, a Justiça proibiu a entrada no País do grão geneticamente modificado vindo da Argentina. De agosto de 2002 até hoje, mais de 17 mil pessoas perderam o emprego no Estado e 162 granjas foram fechadas por causa da crise. O setor deixou de faturar mais de R$ 100 milhões.”
O milho é o principal ingrediente da ração utilizada para alimentação dos frangos. A compra do milho geneticamente modificado da Argentina atende a demanda do setor. “Neste momento, estamos comprando milho dos estados de Mato Grosso e Paraná. Mas essa situação só durará até setembro, já que os preços nesses estados aumentarão nos próximos meses. Em setembro, a saca do milho argentino sairá por R$ 22,00 e pagaremos R$ 25,00 pelo produto vindo do Paraná”, afirma Santos Jr.