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Perda no milho com estiagem pode chegar a R$ 86 milhões

<p>A produtividade passa de 2,9 mil quilos a 2.030 por hectare.</p>

Redação (06/06/06)- A esperança é que chova no próximo domingo na região Sul e há previsão também para os dias 9 e 10 de junho, para que o processo de perdas seja estancado. Mas os danos que já foram computados são irreversíveis.

O agrometeorologista da Embrapa Agropecuária Oeste, Cláudio Lazarotto, afirma que a perda média de produtividade do milho é de 30%. Isso significa, considerando a previsão de produção desenvolvida pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que por hectare a produtividade passa de 2,9 mil quilos a 2.030. Com isso a produção total, em uma área de 473 mil hectares, deve cair em 401,5 mil toneladas, o que à cotação de R$ 13,00 por saca de 60 quilos significa R$ 86,9 milhões.

Lazarotto explica que a estiagem também compromete a qualidade das pastagens do Estado. No caso do milho, o período de plantio é decisivo em relação aos impactos da seca. As lavouras que estão em fase de colheita pouco perdem, enquanto que as outras são bastante prejudicadas.

Temos lavouras em condições boas na região de Ponta Porã, Amambai, Aral Moreira e Laguna Caarapã, onde choveu bem e em outros lugares onde choveu menos como região à beira do rio Paraná, compreendendo Nova Andradina e Batayporã, a situação é complicada, diz. As regiões mais favorecidas tiveram em maio cerca de 35 milímetros de chuva, enquanto nas outras os índices foram de 10 a 15 milímetros.

Baixa umidade- Não é só o campo que sofre com os efeitos da estiagem. A população também é atingida, principalmente por conta dos problemas respiratórios. Segundo o secretário municipal de Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a proporção de casos de pessoas atingidas por problemas respiratórios aumentou de 30% para 60% dos atendimentos na rede pública.

A partir da próxima semana as temperaturas tendem a sofrer queda brusca em Mato Grosso do Sul, com a entrada de uma frente fria vinda da Argentina. O meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo), Natálio José Abraão, afirma que em Campo Grande os termômetros deverão registrar entre 12C e 13C e no Sul do Estado 10C. A frente fria chega no domingo, provocando chuva fraca na região Sul.

Natálio afirma que este inverno tende a ser mais rigoroso, tanto em relação às temperaturas baixas quanto à umidade, que deve ser menor que a série histórica. Os primeiros 10 dias de julho devem ser os mais frios do ano, com perspectiva de a temperatura chegar aos 3C. Nesta sexta-feira a umidade do ar começou em 75% e deve atingir os 35%. Natálio afirma que a tendência é que os índices de alerta, de 20%, voltem a ser registrados nos próximos dias.