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Agricultura

Pesquisadores alertam os riscos de plantar soja na safrinha em MS

Produtores arriscam plantar soja sobre soja motivados pelo preço do grão. Rotação de cultura é importante por causa do risco de pragas e doenças.

Agricultores de Mato Grosso do Sul decidiram apostar no cultivo da soja na safrinha, só que os pesquisadores alertam para o risco dessa iniciativa.

Nesta época do ano, o milho de inverno domina as paisagens nas lavouras de Mato Grosso do Sul, mas em algumas regiões, a cultura começa a dividir espaço com a soja safrinha.

Motivados por produtores de outros Estados, por exemplo, de Mato Grosso, os produtores também decidiram investir. O agricultor Jones Asmann, sempre fez rotação de culturas no município de São Gabriel do Oeste, mas desta vez, decidiu experimentar algo novo. Além do milho, o produtor plantou 50 hectares de soja safrinha.

Ele optou por variedades de ciclo precoce, plantas de crescimento indeterminado, que já entraram no período de floração e formação de vagens. Como no outono a incidência de luz sobre as plantas é menor, a soja cresce menos. Consequentemente, a produtividade não é a mesma, se comparada à safra de verão. “Se produzir, na média, 35 sacas por hectare, cobre os custos e dá uma certa rentabilidade”, diz.

Na tentativa de ajudar os produtores a encontrar o caminho certo, a Fundação Chapadão, instituição de pesquisa que presta assistência aos agricultores, começou a estudar a viabilidade do cultivo.

Para avaliar o ciclo da soja, os pesquisadores acompanham o desenvolvimento de 30 cultivares. Além de saber quais delas se adaptam melhor à safrinha, eles também querem identificar o potencial produtivo de cada uma. Com essas informações será possível orientar melhor o produtor quanto ao cultivo na região.

O engenheiro agrônomo Jefferson Anselmo, responsável pelo estudo, explica que a pesquisa ainda está no começo, mas já é possível apontar os riscos. “Hoje é um risco por causa das enfermidades que poderão ocorrer durante o ciclo, como a principal doença da soja, que é a ferrugem. Aplicações semanais devem ser feitas, tem a questão das pragas que vêm da safra de verão e principalmente a importância da rotação de cultura”, diz.

O milho continua sendo a principal opção dos agricultores do Mato Grosso do Sul na safra de inverno. Segundo a Conab, serão cultivados, no estado, 1,4 milhão de hectares.