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Planejamento do plantio da soja

É importante o produtor saber quais variedades, quando irá plantar e como fará a colheita do grão em tempo justo.

Da Redação 14/10/2004 – Planejar o plantio da soja é essencial para obter bons resultados na hora da colheita. O pesquisador da Embrapa Cerrados, Plínio Itamar de Mello de Souza, conta que estudos feitos no centro de pesquisa indicam que, se o plantio for feito fora da época ideal, as perdas podem chegar a 50%.

Ele explica que existem três tipos de variedades. No Cerrado, as precoces devem ser plantadas preferencialmente no final de outubro e início de novembro, e as de ciclo médio e tardias, logo depois, em meados de novembro.

A segunda quinzena de outubro e a primeira quinzena de dezembro são períodos marginais de plantio, em que as perdas são mais acentuadas. No caso do plantio tardio, Souza explica que há encurtamento do ciclo, com florescimento precoce e falta de chuva durante a maturação. No plantio antecipado, pode faltar umidade suficiente para a germinação.Mas conhecer o calendário de plantio não é o único segredo para o sucesso na sojicultura.

“O planejamento da cultura deve ser feito com antecedência, observando-se a ocorrência de doenças e de acordo com a maquinaria e a área disponíveis e as variedades escolhidas”, avalia o
pesquisador. Ele exemplifica: “Um produtor que escolhe somente uma

variedade precoce e dispõe de apenas uma plantadeira para uma área muito grande corre o risco de terminar o plantio fora da época adequada e de sobrecarregar a colheita”.

Escalonamento x variedades

A escolha das variedades também é fundamental. Em grandes áreas, cabe avaliar o plantio de variedades precoces, de ciclo médio e tardias. No período de enchimento dos grãos, a soja é muito sensível a veranico.

Caso o produtor tenha uma área inteira plantada com a mesma variedade e ela estiver nesse período, em caso de veranico, a lavoura pode sofrer grandes perdas. No período vegetativo a soja ainda é bastante tolerante. Esta é uma das vantagens de se fazer o escalonamento de plantio.

“Outro aspecto importante do escalonamento é o custo. Uma colhedeira custa cerca de R$ 400 mil. Se o produtor plantar toda a soja ao mesmo tempo, ou uma só variedade, tem que colher ao mesmo tempo”, explica também o pesquisador. “Ao planejar o escalonamento, o produtor está planejando também o uso da maquinaria”, conclui.

Há ainda uma questão preocupante: a ferrugem da soja, que surge, com mais freqüência, no período reprodutivo da planta. Souza explica que, no plantio escalonado, é mais fácil evitar a propagação da doença,  controlando o surgimento nas variedades mais precoces. Para isso é necessário um acompanhamento quase diário da plantação. “O produtor deve observar a soja que foi plantada no início para que não haja contaminação de toda a lavoura”, explica.A Embrapa Cerrados é uma unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.