A produção de soja nos principais estados produtores promete bater novo recorde na safra 2013/2014 conforme avança o plantio dentro da janela ideal de semeadura, o que faz crescer a possibilidade de aumento da produtividade por hectare.
Segundo produtores e analistas consultados pelo DCI, o clima está mais favorável para a semeadura neste ano, com chuvas mais frequentes e bem distribuídas. Com isso, cerca de 89% da área prevista em todo o País já está plantada, segundo a AgRural. A consultoria estima que a área plantada com a oleaginosa chegará a 29,3 milhões de hectares, alta de 6% ante a safra 2012/2013.
Mato Grosso é onde o plantio registra o maior avanço, com 99,4% da área projetada para o cultivo da oleaginosa já semeada, de acordo com o Instituo Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea). Na mesma data do ano passado, o grão já estava 100% plantado, já que houve na época menos chuvas e menos pausas no plantio.
Apesar da ligeira diferença, a expectativa é que a produtividade cresça para 52 sacas por hectare, ante 49 sacas na safra 2012/2013. Com uma área prevista em 8,3 milhões de hectares, a estimativa é que a produção alcance as 25,7 milhões de toneladas – um recorde para a produção mato-grossense, de acordo com o Imea.
No Paraná, o plantio está avançado em 95%, estima do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do estado. Segundo o economista de grãos do Deral, Marcelo Garrido, “as chuvas ocorreram de forma escalonada”, o que deve contribuir para aumentar a produtividade. Apesar disso, o Deral trabalha com a possibilidade de manutenção do nível de produtividade do ano passado, em 56 sacas por hectare. Na atual safra, a área plantada deve se confirmar em 4,68 milhões de hectares, alta de 4%. “A produção deve ser recorde se o clima continuar ajudando. Esse ano tem todas as condições [climáticas]”, atestou Garrido.
Já na Bahia, líder na produção de soja em Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), o plantio alcançou até ontem 95% das terras planejadas, segundo cálculo da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba). A produção do grão deve ocupar 1,255 milhões de hectares, alta de 2% a 5%, que se deu principalmente sobre áreas de pastagens e uma pequena parcela sobre matas, afirmou Luís Stahlk, da Aiba.
Além do avanço de área, a Bahia deve recuperar os níveis de produtividade anteriores à estiagem dos últimos dois anos. Segundo Stahlk, a produção pode chegar a 56 sacas por hectare, ante 35,7 sacas neste ano.
Na safra 2012/2013, os produtores do oeste baiano passaram por períodos com até 30 dias sem chuvas, enquanto nos últimos meses, o máximo intervalo de tempo com estiagem foi de 10 dias. “Em dezembro parece que vai ter sol e chuva, então não deve atrapalhar nem o plantio nem faltar água para o cultivo”, diz Stahlk.
Para esta safra, a única ameaça para a recuperação dos níveis de produtividade da soja nas plantações baianas é a proliferação da lagarta Helicoverpa armígera, que já levou o Ministério da Agricultura a reconhecer a Bahia em estado de emergência fitossanitária. Porém, Stahlk calcula que os agricultores só conseguirão ter acesso ao agrotóxico contra a praga em janeiro. Sem ataques da lagarta, a produção de soja na Bahia pode alcançar as 3,7 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul, o presidente da Aprosoja gaúcha, Décio Teixeira, estima que a semeadura já tenha alcançado 90% da área estimada para o plantio. “Está bem adiantado porque tem chovido regularmente toda semana. Em mais uma semana deve estar concluído o plantio no estado.” A soja deve ocupar nesta safra até 4,9 milhões de hectares do Rio Grande do Sul. Teixeira prefere não calcular a produtividade no estado, uma vez que já foram identificados alguns pontos de proliferação da Helicoverpa. “Por enquanto estamos utilizando os inseticidas que existem. Mas temos feito exames para confirmar a presença da Helicoverpa armígera para pedirmos [o estado de] emergência”, sustenta.